O coronel Luiz Fernando de Lara, ex-comandante da Polícia Militar do Paraná, será ouvido na próxima terça-feira no processo que investiga os motivos da exoneração do ex-sargento Jorge Luiz Martins, acusado de ter dupla jornada de trabalho e receber remuneração por trabalhos de investigação feitos no departamento de segurança do Banco HSBC.
Martins alegou que foi designado para trabalhar na segurança do banco por determinação do Comando Geral da Polícia Militar. Ele era responsável pelas investigações de assaltos em caixas eletrônicos e clonagens de cartões. Após ser demitido do HSBC e afastado da PM, ele chegou a admitir que foram grampeados telefones de sindicalistas e feitas filmagens externas da sede do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana.
Em depoimento à Justiça Militar, o coronel Donizete Ribeiro - então comandante do batalhão onde Martins era lotado - disse que todos tinham conhecimento de que o sargento estava cedido para trabalhos internos no HSBC. Ele mesmo teria procurado o Comando do Policiamento da Capital (CPC). O coronel Renildo Gonçalves teria afirmado que o trabalho estava sendo realizado por determinação superior.
Leia mais:
Eleição de 2024 tem suspeita de fraude por transferência em massa de eleitores entre cidades
Câmara de Londrina marca nova audiência para debater o Código Ambiental
Indiciamento de Bolsonaro alavanca outras candidaturas de direita no Brasil
Bolsonaro rebate Eduardo e, mesmo inelegível, diz ser 'plano A, B e C' para 2026
Em entrevista à Folha, Lara negou ter conhecimento de qualquer policial militar que estivesse sendo colocado à disposição de órgãos públicos e privados. "Eu jamais fiz isto. Não assinei nenhum ato oficial, nem autorizei. Se alguém disser o contrário, será processado. Isto é mentira", afirmou na oportunidade. Ele desafiou qualquer militar a provar o contrário dentro da corporação.
O coronel Renildo Gonçalves também negou que tivesse conhecimento dos trabalhos feitos pelo ex-sargento da Polícia Militar, Jorge Luiz Martins, no departamento de segurança do HSBC. "Isto nunca ocorreu. Desconheço completamente o fato", argumentou ele, em entrevista à Folha.