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CPI do Narcotráfico quer uma acareação com Paolicchi

Maria Duarte - Folha do Paraná
08 dez 2000 às 20:04

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A CPI Estadual do Narcotráfico pretende se deslocar até Maringá para fazer uma acareação entre o ex-secretário da Fazenda de Maringá Luiz Antônio Paolicchi e o empresário Hissan Hussein, o piloto Marcelo Nascimento da Rocha e José Maria Montalvan, acusados pela polícia de envolvimento no tráfico de drogas.

A decisão foi tomada num encontro, em Curitiba, entre o presidente da CPI, deputado Algaci Túlio (PTB) e o promotor de Defesa do Patrimônio Público em Maringá, José Aparecido da Cruz. Segundo Túlio, a CPI constatou a ligação de Paolicchi com o narcotráfico.

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Hussein, Marcelo da Rocha e Montalvan estão presos em Curitiba. ""Vamos apurar ligações entre Paolicchi e o tráfico de drogas. Os três citaram o nome dele quando foram ouvidos pela comissão"", disse o deputado. Segundo Túlio, a viagem a Maringá deve ser feita no início da próxima semana, já que os trabalhos da comissão se encerram no dia 14 de dezembro.

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Túlio disse que a intenção de fazer investigações em Maringá não surgiu depois da prisão. ""Mas como o caso de Paolicchi estourou na imprensa e está sendo investigado pelo Ministério Público, acabamos nos concentrando nos trabalhos por aqui"", disse.

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O promotor afirmou que o Ministério Público investiga ligações que Paolicchi teria com empresário Alberto Youssef, preso em Londrina. ""Os fatos estão se fechando em torno das mesmas pessoas no Paraná e talvez até no Brasil"", comentou o promotor. ""Ligações entre personagens de Londrina e Maringá estão sendo investigadas"", acrescentou.


""Se o Paolicchi decidir declinar nomes ajudará muito nas investigações, que poderão ser direcionadas de acordo com o que ele nos contar"", disse Cruz. De acordo com o promotor, há evidências de que foram desviados da prefeitura de Maringá montantes ""muito elevados"". Cruz, entretanto, preferiu não citar valores. Ele disse que, através da quebra de sigilo bancário da prefeitura desde 1986, o Ministério Público constatou que o desvio de recursos foi ""significativamente mais acentuado"" a partir de 1994.

Cruz explicou que as investigações em torno de Paolicchi envolvem três crimes em alçada estadual (formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro) e um de alçada federal (sonegação fiscal). O mais grave é o de peculato, que pode render entre dois e 12 anos de prisão. Durante a acareação, vários pontos precisam ser esclarecidos. Segundo Túlio, Hissan Hussein teria vendido um avião para Paolicchi.


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