Alguns vereadores usaram o grande expediente da sessão desta terça-feira (9) da Câmara Municipal de Londrina para comentar as declarações polêmicas do secretário municipal de Fazenda, Paulo Bento, que, em entrevista ao Bonde na última sexta-feira (5), alegou que o Legislativo esqueceu de votar a revisão da Planta Genérica de Valores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) por conta das eleições deste ano. O secretário afirmou que os parlamentares que foram candidatos estavam mais preocupados com a campanha do que com a proposta da atualização da Planta de Valores.
"Apesar de candidata, não faltei às sessões e nunca me neguei a discutir o projeto de lei", garantiu Lenir de Assis (PT), que concorreu ao cargo de deputada estadual no pleito de outubro. "Os vereadores que foram candidatos sempre participaram dos debates", reiterou Junior Santos Rosa (PSC), que também foi candidato a deputado estadual.
Já Mário Neto Takahashi (PV), presidente da Comissão de Finanças do Legislativo, afirmou ter ficado surpreendido com a "petulância" de Paulo Bento. "Tenho certeza absoluta que os vereadores não deixaram as suas responsabilidades de lado. Mal-informado, o secretário mostrou-se irresponsável ao fazer as declarações", argumentou. Takahashi foi candidato a deputado federal nas eleições de outubro.
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Jamil Janene (PP), apesar de não ter sido candidato, também criticou as declarações do secretário de Fazenda. "Ele desrespeitou não só essa Casa, mas toda a população, enviando o projeto tardiamente e sem realizar audiências públicas nos bairros, para ouvir o que a população tinha a dizer sobre o aumento do IPTU", destacou.
O presidente da Câmara, vereador Rony Alves (PTB), também usou o grande expediente para lembrar o que já havia dito em entrevista ao Bonde também na última sexta-feira. Segundo ele, o projeto da Planta de Valores chegou à Câmara no dia 8 de agosto. Ele lembrou que, em três meses, três das comissões permanentes da Casa (Justiça, Desenvolvimento Urbano e Economia) emitiram pareceres favoráveis à matéria: uma das análises, da Comissão de Justiça, saiu antes das eleições, e as outras duas no dia 4 de novembro, uma semana após o segundo turno e um dia depois da audiência pública realizada no Legislativo para, justamente, discutir a referida matéria com a população. "O secretário precisa se informar mais sobre os prazos regimentais do Legislativo. Como não foi dispensada a tramitação especial, o projeto em questão, que não ficou parado na Câmara, só vai ser votado por aqui em abril do próximo ano", argumentou.
O líder do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) na Câmara, vereador Professor Fabinho (PPS), disse que vai conversar com o secretário de Fazenda sobre as declarações polêmicas. Alguns vereadores afirmaram que Bento precisa fazer um pedido de desculpas formal ao Legislativo.