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Delator confirma que duas empresas pagaram R$ 1 milhão em propina a auditores

Guilherme Batista - Redação Bonde
16 nov 2015 às 11:19

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Luiz Antônio de Souza está preso desde março deste ano, quando foi flagrado num motel na companhia de uma adolescente - Arquivo/Folha de Londrina
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Duas empresas do setor agropecuário, sediadas em Cornélio Procópio e em Apucarana, no Norte do Paraná, pagaram R$ 1.050.000,00 em propina aos auditores da Receita Estadual investigados pela Operação Publicano. A informação foi confirmada pelo auditor Luiz Antônio de Souza por meio do acordo de delação premiada fechado com o Ministério Público (MP). Preso desde março por participação no esquema de corrupção e em uma rede de exploração sexual de adolescentes, o delator prestou depoimento aos promotores na última sexta-feira (13). "Ele confirmou o nome da empresa de Cornélio, e contou que havia fechado um acordo com o estabelecimento de Apucarana em dezembro de 2014, antes de ser detido, e que outros auditores deram andamento ao esquema neste ano, após a sua prisão", detalhou o advogado de Souza, Eduardo Duarte Ferreira, em entrevista ao Bonde nesta segunda-feira (16).

Conforme o defensor, a empresa de Apucarana pagou R$ 750 mil aos fiscais em troca do "perdão" de uma dívida fiscal milionária. "Fiscalizada entre 2011 e 2012, a empresa recebeu uma autuação irrisória, justamente por conta do acordo firmado pelo Luiz Antônio, e que acabou finalizado, através do recebimento da propina, por outros auditores", completou o advogado de Souza.

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Ferreira acrescentou, ainda, que a referida empresa é, na realidade, de São Paulo e tem uma filial em Apucarana. Já o estabelecimento de Cornélio, conforme o advogado, pagou R$ 300 mil em propina ao próprio delator antes dele ser preso. "O Luiz Antônio já havia confirmado o fato em outros depoimentos e só corrigiu o nome da empresa na última oitiva", resumiu.

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A defensor acredita que Souza vai voltar a ser ouvido pelo MP até o final deste ano. Ele garantiu, ainda, que todos os fatos e crimes citados pelo delator já foram comprovados pelos promotores por meio da apreensão de documentos. "Não há discrepância entre os depoimentos dele e o material apreendido, sobretudo com relação às autuações irrisórias recebidas pelas empresas suspeitas de pagar propina", observou.


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