O deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) anunciou nesta quarta-feira (26) no plenário da Câmara, que vai entregar ainda nesta tarde a carta de renúncia ao mandato. "Vou encaminhar a carta à presidência e a presidência faz a leitura como é de praxe. Vou entregar à presidência, é o procedimento regimental. A Mesa não vai mais precisar decidir se vai abrir processo ou não", afirmou. "Não quero constranger essa Casa a passar por determinadas pressões."
Questionado se ainda pretendia voltar a exercer um mandato como parlamentar após cumprir pena imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bentes respondeu: "O futuro dirá. A Deus pertence. Mas tenho certeza que se depender do povo do meu Estado, não abandonarei a política. Agora tenho 75 anos, espero ter saúde para voltar".
O Supremo enviou na segunda-feira, 24, ofícios à Polícia Federal e ao Congresso comunicando a decisão tomada na semana passada pela Corte, confirmando a condenação de 3 anos, 1 mês e 10 dias de prisão, em regime aberto. O peemedebista foi condenado pela troca de votos por cirurgias de esterilização.
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Segundo o deputado, depois da renuncia ele vai pedir para cumprir a pena na cidade de Marabá, seu reduto eleitoral.
Bentes é o sexto deputado federal em exercício que o Supremo mandou prender desde 1988 - todos na atual legislatura. O primeiro da lista é Natan Donadon (sem partido-RO), que teve sua sentença confirmada em agosto de 2013 por peculato e formação de quadrilha a 13 anos, 4 meses e 10 dias de prisão. O ex-parlamentar foi cassado e está na Penitenciária da Papuda.
Na esteira do mensalão, em novembro, o Supremo determinou a prisão do então deputado José Genoino (PT-SP), condenado por corrupção ativa. No mês seguinte, foi a vez de Valdemar Costa Neto (PP-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Em fevereiro, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) passou a cumprir pena na Papuda. Todos renunciaram ao mandato na Câmara.