De acordo com o Jornal Estado de São Paulo, a entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Jornal Nacional da Rede Globo, colocou o candidato ainda mais longe dos debates na televisão. Lula, que já estava reticente quanto aos debates nas TVs, cometeu deslizes durante a entrevista concedida à emissora, nesta quinta-feira (10), tornando ainda menores suas chances de participar desse tipo de debate. Lula deverá manter apenas a agenda de entrevistas individuais a rádios e TVs - e mesmo assim sua preparação para esse tipo de programa vai mudar.
Segundo o Jornal, embora em público os petistas do comando da campanha pela reeleição elogiem a atuação do presidente no JN, reservadamente alguns coordenadores faziram críticas. "Lula foi preparado como se fosse para a guerra e se comportou assim o tempo todo; não teve o espírito desarmado que costuma ter nessas situações", disse um dirigente do PT.
A preparação do presidente foi feita pelo publicitário João Santana, que, segundo dirigentes do PT, gostou "sinceramente" de seu desempenho.
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Pesquisas qualitativas do PT indicaram que o eleitorado das classes D e E, em que Lula tem os maiores porcentuais de intenção de voto, foi o que mais aprovou seu desempenho. Os eleitores das classes A e B foram mais críticos e os que mais perceberam os momentos em que ele se atrapalhou. Na entrevista, Lula se confundiu e falou em "combate à ética". Disse também que, em seu governo, "a única coisa que cai é o salário", corrigindo em seguida para "juros e inflação". A entrevista de pouco mais de 11 minutos foi toda centrada nos escândalos de corrupção que abalaram o governo no ano passado.
"Não foi um desastre, mas foi empate", comentou um petista, para quem o presidente desperdiçou a chance de falar para uma grande audiência em um momento de fragilidade do adversário tucano, Geraldo Alckmin, em queda nas pesquisas. "O adversário estava no canto do ringue e a gente, batendo. Só faltava o nocaute. Agora, deixamos de bater e levamos uma".