A presidente Dilma Rousseff voltou nesta quarta-feira, 25, a adotar um tom duro sobre as denúncias de espionagem norte-americana no Brasil. "Nenhum governo pode transigir com os direitos civis e com a privacidade da sua população e tampouco pode negociar a sua soberania", afirmou a presidente em coletiva de imprensa, pouco antes de participar nesta quarta, de um encontro com investidores em Nova York. Nesta terça-feira, 24, ela havia feito um discurso forte contra a espionagem, na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Sempre colocamos que era necessário, para tratar do que tinha ocorrido, desculpas; e para tratar do futuro, uma clara determinação de não acontecer", complementou a presidente. "E isso eu tenho certeza que terá de ser construído, porque a relação é estratégica para os dois países e não é possível deixar algo como isso sem controle", reforçou.
De acordo com a presidente, a proposta que o Brasil deve levar aos fóruns internacionais diante da questão da espionagem terá como base a lei do marco civil da internet, atualmente em tramitação no Congresso. "Nós nos basearemos muito nessa proposta para apresentar as propostas internacionais", disse a presidente.
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Ela reafirmou ainda que para o governo vai defender a armazenagem da dados no País. "Para nós é importante que os dados que dizem respeito ao Brasil sejam arquivados e mantidos em bases de dados dentro do País", afirmou.
A presidente disse também que, ao levar a questão aos fóruns internacionais, o Brasil não está "pedindo a interferência da ONU" ou mesmo que a organização controle a rede. "Não concordamos com esse tipo de controle. Estamos dizendo: ONU, preserve a segurança, não deixe que a nova guerra se dê dentro do mundo cibernético, com hackers e tudo", concluiu Dilma.