O ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado, José Dirceu, disse hoje que "em hipótese alguma" aceitaria participar de um eventual governo de Dilma Rousseff (PT). Dirceu garantiu que enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não julgar o processo do mensalão, do qual é réu, não aceitará ocupar qualquer cargo público.
Elogiando o trabalho de Antonio Palocci na coordenação da campanha de Dilma, ele disse que o ex-ministro da Fazenda tem credenciais suficientes para participar de um "provável" novo governo petista. "Enquanto o Supremo Tribunal Federal não me julgar eu não participo de nada", disse Dirceu, que esteve, em Belo Horizonte, em um encontro político com lideranças e candidatos do PT e do PMDB em Minas.
O ex-ministro afirmou que aceitou um cargo na direção do PT porque houve "quase uma convocação." Segundo ele, Palocci está indo bem na coordenação da campanha de Dilma e tem todo seu apoio. Nos bastidores, o ex-titular da Fazenda é cotado como possível nome para a Casa Civil caso a candidata petista vença a eleição.
Leia mais:
Filho de autor de atentado em Brasília presta depoimento à PF em Londrina
Diretor-geral da PF endossa Moraes e relaciona atentado ao 8 de janeiro
Bolsonaro fala em 'fato isolado' e diz que explosões em Brasília devem levar a reflexão
Novo Código de Obras é debatido em audiência pública na Câmara
"O Palocci tem qualificação, experiência política, representatividade no País para ocupar qualquer cargo num provável governo, porque a eleição não está ganha", avaliou. Dirceu endossou o discurso cauteloso dos petistas, defendendo que a campanha de Dilma evite o salto alto.
Ele atribuiu o desempenho da candidata em boa parte por causa dos palanques estaduais e ao arco de alianças. "Os palanques da Dilma (nos Estados) são os palanques mais fortes que existem", disse. "Uma das razões pelas quais o (José) Serra está perdendo a eleição são as alianças", completou. Com base em análises de especialistas, Dirceu acredita que PT e PMDB deverão eleger juntos mais de 200 deputados federais e cerca de 30 senadores.