Quando os marqueteiros afirmam que a propaganda eleitoral na televisão e no rádio pode ser determinante para o resultado das eleições deste ano, talvez tenham razão. Pesquisa da AC Nielsen, feita com exclusividade para o Jornal do Brasil, revela que 75% dos eleitores pretendem usar os programas para escolher os seus candidatos em 6 de outubro. Dos entrevistados, 60% disseram que pretendem assistir às inserções na TV e no rádio. A enquete entrevistou 1602 pessoas nas oito maiores capitais brasileiras.
As mulheres demonstram maior interesse no horário eleitoral que os homens: quatro quintos sabiam que o programa começaria a ser exibido no último dia 20, e 62% delas afirmaram que o assistiriam. Entre os homens, os índices foram de 76% e 58%, respectivamente. Para a cientista política Lúcia Hippolito, o dado não representa nenhuma surpresa.
Outra parcela importante é a dos jovens entre 18 e 30 anos. Apesar de o conhecimento do início do horário eleitoral ser o menor entre as faixas etárias pesquisadas (67%), o interesse em assistir à programação e a importância que terá na hora de decidir o voto é superior a todas as outras médias. Para Lúcia, a idéia de que a juventude não se interessa por política e pelos rumos do país é um mito. "Não posso concordar com isso. Faltam propostas de políticas públicas para eles, as idéias são todas muito vagas e genéricas", afirma. "Os candidatos não conseguem atrair a juventude."
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Das oito capitais em que a pesquisa fez entrevistas, Porto Alegre (RS) foi a que obteve índices mais expressivos. Lá, 87% dos ouvidos sabiam a data do início da propaganda em rede nacional de televisão e rádio. Entre os porto-alegrenses, 81% acham que o programa eleitoral influenciará sua escolha. O expressivo percentual pode ser fruto não apenas da notória politização da população local. A desistência do candidato do PDT, José Fortunati foi um elemento perturbador, que provocou indefinição e animou o eleitorado a observar o horário eleitoral.