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Em discurso no Senado, Aécio Neves rechaça acusação de ter recebido propina

Agência Brasil
04 abr 2017 às 21:10

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O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), fez hoje (4) um discurso no Senado para negar que tenha recebido propina da Odebrecht no exterior. Ele também cobrou o fim do sigilo sobre os depoimentos de delação premiada de ex-executivos da empreiteira.

De acordo com reportagem da revista Veja publicada no último fim de semana, em sua delação. o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior disse que pagou propina a Aécio em uma conta num banco em Nova York, que era administratada pela irmã do senador, Andrea Neves.

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Aécio disse que solicitou ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, acesso à delação citada na revista para que possa se defender, além da investigação do vazamento. Segundo as informações publicadas pela Veja, os pagamentos seriam uma contrapartida por ele ter atendido a interesses da empreiteira em obra da Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais, construída entre 2007 e 2010, em Belo Horizonte, e na construção da Hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, na qual a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) tem participação.

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O senador classificou a informação de "mentira, calúnia, injúria, difamação e crime". "Mas, mesmo nada disso do que foi relatado existindo, nada sendo real, as senhoras e os senhores sabem bem: o factoide cumpriu o papel de instrumento, ou melhor, de poderosa arma para atacar a minha reputação e de minha família. Os prejuízos pessoais e políticos são incalculáveis", disse Aécio aos parlamentares.

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Aécio Neves também falou em cerceamento do direito de defesa de políticos que são apontados em delações vazadas e não têm condição de se defender das acusações por não terem acesso ao conteúdo completo dos depoimentos. Segundo o senador, com esse tipo de situação, corre-se o risco de o país se "transformar de país infestado pela corrupção em uma pátria de cidadãos sem direitos".


"Não podemos permitir que a saudável indignação dos brasileiros se transforme em uma indignação preguiçosa e superficial de quem prefere a opção fácil de ser contra tudo e contra todos a enfrentar a complexidade da realidade. Não podemos nos transformar em um país que confunda justiça com prévia condenação. Não podemos nos transformar em um país em que a verdade seja apenas um detalhe secundário num pé de página qualquer", afirmou.

Logo após o discurso, o senador recebeu diversos apartes de colegas declarando apoio e solidariedade a ele. Ainda durante o fim de semana, lideranças do PSDB divulgaram nota pública condenando a reportagem e declarando confiança no presidente do partido.


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