A decisão do vereador Netinho de Paula de migrar do PC do B para o PDT gerou uma crise interna legenda em São Paulo. Presidente do diretório municipal, o deputado federal eleito Major Olímpio não aceitou ceder o cargo para o novo correligionário. Segundo Netinho, o comando da sigla na capital foi prometido a ele por Carlos Lupi, que acumula as presidências nacional e estadual do PDT. "Não passarei a presidência para ele", afirmou Olímpio à reportagem.
O deputado acusa o prefeito Fernando Haddad de ter feito uma "manobra" para amarrar o partido ao seu projeto de reeleição em 2016. "Vi nessa mudança (do Netinho) uma manobra do Haddad. O Netinho vem para o PDT e entrega os 1min07s de tempo de TV para ele no ano que vem. Mas se ele acha que amarrou o partido, está muito enganado". A assessoria do prefeito nega que tenha feito essa articulação. Ainda segundo o pedetista, a declaração de Netinho afirmando que assumiria o comando da sigla na capital casou "indignação e estranheza".
Virtual candidato à reeleição, Haddad adotou em 2015 a estratégia de amarrar os partidos que possam ter candidato em 2016, bem como aliados petistas que possam querer disputar internamente a vaga. O primeiro movimento foi convidar o ex-deputado Gabriel Chalita, do PMDB, para comandar a secretaria de Educação. Em seguida, foram convidados para o primeiro escalão o ex-senador Eduardo Suplicy e o ex-ministro Alexandre Padilha. Procurado pela reportagem, Carlos Lupi não foi localizado.