O ex-vereador Orlando Bonilha prestou depoimento na manhã desta terça-feira (1) na sede do Ministério Público de Londrina. Ele foi convocado pelo Grupo Especial de Atuação contra o Crime Organizado (Gaeco) para falar sobre a denúncia de que a empresa Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) pagava mensalidade de R$ 1,6 mil para pelo menos 11 vereadores.
O objetivo da propina, que ficou conhecida como "mensalinho" seria prevenir ações na Câmara que "dificultassem" o trabalho da empresa na cidade. A denúncia foi feita por Bonilha, após ele ter sido cassado pelos pares no ano passado. Ele fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público - poderá ter a pena reduzida por ter colaborado com as investigações. O ex-vereador também permaneceu preso preventivamente.
O gerente da TCGl, Gildalmo Mendonça, também ficou alguns dias na prisão, no ao passado. Mendonça foi indiciado por corrupção ativa e Bonilha, assim como o ex-vereador Renato Araújo (PP), foram indiciados por corrupção passiva.
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Bonilha chegou ao MP por volta de 10 horas acompanhado do advogado Ronaldo Neves e não falou com a imprensa. Ele permanceu apenas 5 minutos na sala do delegado Allan Flore e ratificou as denúncias feitas anteriormente.
"O Bonilha apenas confirmou tudo o que já havia dito anteriormente ao Ministério Público no sentido de dizer que havia na Câmara o que imprensa nominou como "mensalinho": a maioria dos vereadores recebia um valor mensal da empresa", afirmou Ronaldo Neves em entrevista coletiva.
O delegado Flore disse que terminou o inquérito, que será agora encaminhado ao Ministério Público. "A princípio, ninguém mais será indiciado: encontramos provas contra os três". A denúncia de Bonilha envolvia outros 10 vereadores.
Com o inquérito relatado, os promotores poderão, então, ajuizar ação penal contra os indiciados.