Em depoimento na 10ª Vara Criminal da Justiça Federal, em Brasília, o deputado federal José Genoino (PT -SP) disse que o motivo de seu nome estar entre os acusados de envolvimento no esquema que ficou conhecido por mensalão é o cargo que ele ocupava dentro do Partido dos Trabalhadores.
"Porque eu era presidente do PT. Fui denunciado pelo que eu era e não pelo que eu fiz", garantiu Genoino logo após dizer que seu patrimônio, em 20 anos como parlamentar, não aumentou.
Em depoimento à juíza Maria de Fátima Costa, Genoino disse jamais ter conversado com parlamentares sobre concessão de vantagens pessoais em troca de apoio para o governo e negou ter presenciado o ex-tesoureiro do PT Delubio Soares fazer qualquer tipo de acerto financeiro com outros partidos
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O deputado disse que, enquanto presidiu o partido, encontrava-se com Marcos Valério quando o publicitário comparecia à sede do PT. Ele garantiu, entretanto, que não fez encontros previamente agendados com Valério.
Genoino também acrescentou que a quebra de seu sigilo telefônico demonstrou que ele nunca ligou para o publicitário Marcos Valério, para qualquer de suas empresas ou mesmo para os bancos BMG e Rural.
A denúncia contra os 40 acusados foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria Geral da República (PGR) em 2006 e acatada pelo tribunal em agosto deste ano. Em novembro, o STF converteu o processo em ação penal e os acusados passaram a responder como réus.
O relator do caso no STF, ministro Joaquim Barbosa, autorizou juízes federais de oito estados e do Distrito Federal a interrogar os acusados e receber a defesa prévia dos réus, como forma de agilizar o andamento.
Nesta segunda-feira pela manhã, prestou depoimento o deputado João Paulo Cunha (PT-SP).
ABr