O ex-funcionário do Palácio Iguaçu Gilberto Maria Gonçalves - acusado pelo cabo da PM Luiz Antonio Jordão de fazer escutas ilegais - deve depor hoje na CPI da Telefonia da Assembléia Legislativa. Além do depoimento de Gonçalves, está marcada para hoje acareação entre o cabo Jordão, o soldado Afrânio de Sá, e o técnico João Batista Cordeiro e Gonçalves.
Gilberto Gonçalves é considerado peça-chave nas investigações da CPI. Segundo relato do ex-funcionário da operadora GVT, João Batista Cordeiro - preso no dia 4 de abril recolhendo gravadores em uma caixa da Telepar em Araucária - o material foi entregue a Gonçalves, no estacionamento do Palácio Iguaçu, na noite do dia seguinte. Gonçalves seria subordinado a Gerson Guelmann, secretário chefe de gabinete do governador Jaime Lerner (PFL).
Gonçalves foi convencido a depor pelo relator da CPI, Algaci Túlio (PTB). Túlio conversou cerca de dez minutos, por telefone, com o ex-funcionário do Palácio. Ele disse ao deputado que é um injustiçado e que está sendo vítima de armação do cabo Jordão. "Agora estou sem emprego e com aluguel atrasado dois meses", reclamou.
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Ele afirmou que o armário com central telefônica (com capacidade para dois mil troncos ou cinco mil ramais) apreendida pela PIC (Promotoria de Investigações Criminais) em sua casa era da campanha do PFL e que Guelmann sabia que o equipamento estava com ele.
Os deputados foram até a casa de sua ex-mulher Helenice Aparecida Gonçalves, no Bairro Alto, em Curitiba, para ver os equipamentos de telefonia que Gonçalves guardava em casa. No entanto, a visita acabou frustrada porque o material já havia sido encaminhado à Central de Inquéritos para perícia, que deve estar concluída hoje. Helenice disse que trabalhava no comitê eleitoral do PFL como telefonista.
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