O desembargador Jeorling Cordeiro Cléve, relator do mandado de segurança impetrado pela operadora Telepar Brasil Telecom no Tribunal de Justiça, deu dez dias de prazo para o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PTB), prestar informações sobre a CPI da Telefonia.
O despacho do juiz saiu ontem, em resposta ao mandado de segurança impetrado pela Telepar na tentativa de suspender os trabalhos da CPI, que acusa a empresa de estar diretamente envolvida em casos de escuta telefônica ilegal no Palácio Iguaçu. O prazo começa a contar a partir da notificação, que até a tarde ainda não havia sido feita.
O desembargador só vai apresentar sua decisão sobre o pedido de liminar depois de receber as informações da presidência do Legislativo.
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O despacho do desembargador saiu por volta das 13 horas, e o teor da manifestação chegou deturpado à Assembléia. Por volta das 14 horas, o presidente da comissão, Tony Garcia (PPB), comemorava, acreditando que o TJ tinha indeferido o pedido da Telepar. "Encarei a tentativa da empresa como um gesto normal de alguém desesperado, que está tentando desvirtuar o rumo das investigações", disse o pepebista. "Não vai ser recorrendo à Justiça que eles vão nos barrar", acrescentou.
Garcia garantiu que a CPI prossegue suas apurações, "com mais força do que nunca". "Se estão buscando amparo na Justiça é porque temem", emendou.
O presidente da CPI disse ainda que a Telepar contou com a ajuda de governistas para embasar o mandado de segurança. "Foram os aliados que municiaram a empresa com documentos", reclamou. "O Palácio Iguaçu quer de todo jeito acabar com a nossa comissão".
O gerente jurídico da Telepar, Sérgio Vosgerau, entregou à Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná (OAB/PR), pedido de desagravo. De acordo com a assessoria de imprensa, Vosgerau se sentiu atingido pela CPI. A comissão deu voz de prisão ao gerente jurídico na semana passada, por considerar que ele prestou falso testemunho. Vosgerau foi solto logo em seguida.
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