Os índios caingangues, que ocupam a sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Guarapuava (centro-oeste do PR) há uma semana, ameaçam bloquear a BR-277 a partir de quarta-feira. Eles estão irritados com o que classificam de "descaso" do presidente da Funai, Eduardo Aguiar Almeida, para suas reivindicações.
Valdir José Kokoj, presidente do Conselho Indígena Regional de Guarapuava, disse que "a falta de consideração do presidente da Funai vai custar caro para todo mundo". Ele afirmou que irá colocar 5.000 índios na BR- 277, que liga Curitiba a Cascavel e Foz do Iguaçu, a partir desta quarta-feira. "A rodovia passa por uma reserva nossa, em Nova Laranjeiras, e vamos impedir o tráfego, já que o homem da Funai se recusa a negociar com a gente", disse.
Os caingangues de nove reservas indígenas do oeste e sudoeste do Paraná querem a presença de Almeida em Guarapuava para negociar a demarcação das reservas, liberação de crédito para plantio e atendimentos básicos de saúde para a população indígena das reservas. Nessas reservas vivem 12 mil caingangues, guaranis e remanescentes xetás.
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Os índios querem também a substituição do administrador da Funai em Guarapuava, Francisco Eugênio, expulso da sede do órgão em Guarapuava pelos caingangues.
A assessoria de imprensa da Funai, em Brasília, informou hoje que o presidente do órgão, Eduardo Aguiar Almeida, só retornaria ao Distrito Federal amanhã. De acordo com a assessoria, a Funai está acompanhando a situação em Guarapuava, mas Almeida não tinha nenhuma visita agendada ao Paraná.