O Judiciário desistiu nesta tarde de iniciar greve em protesto à reforma previdenciária na expectativa de que o governo cederá às reivindicações de aumentar o subteto nos Estados. A decisão sobre os subtetos ficará nas mãos do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que amanhã se reúne com os líderes da base do governo na Câmara.
O recuo dos juízes, que iniciariam paralisação na próxima semana, foi oficializado nesta tarde pelo presidente da AMB (Associação dos Magistrados do Brasil), Cláudio Baldino, mas já havia sido sinalizado pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa, que hoje fez um novo apelo contra a paralisação.
No início da tarde, os juízes do trabalho já haviam declarado que não iriam parar. A AMB possui 15.042 magistrados associados, sendo 11.644 estaduais, 2.932 trabalhistas, 187 militares, 156 federais e 117 diretos (que não são filiados a nenhuma entidade, somente à AMB).
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Nesta quinta-feira, o último dia de negociações sobre ajustes à reforma antes dela ser votada no plenário da Câmara, provavelmente na próxima semana, os deputados da base governista pedirão a Lula que ceda à reivindicação dos juízes, com a condição de que seja aplicado um "abate-teto".
O dispositivo, sugerido pelo presidente do STF, permitirá que os governadores cortem os salários de quem ganhar mais do que o salário de um ministro do STF - R$ 17.300. O dispositivo vale para ativos e inativos.
Em troca pelo recuo à greve, o governo deverá alterar o texto do relator da reforma da Previdência, deputado José Pimentel (PT-CE), aprovado na Comissão Especial. Pelo relatório, o subteto do Judiciário nos Estado é de 75% (o equivalente a R$ 12.877,50). Os magistrados reivindicam 90,25%.
Informações da Folha Online