O sonho do governador Jaime Lerner (PFL) de sair candidato à presidência da República pelo PFL - acalentado principalmente pelo seu secretário-chefe da Casa Civil, Alceni Guerra - parece cada vez mais distante. O governador enfrenta uma crise de impopularidade alimentada pelo projeto de venda da Copel, além de acumular o desgaste gerado por seis anos e meio de mandato. Lerner, que está fora do País desde o último dia 1º, não admite publicamente a intenção de participar da corrida presidencial. No entanto, seus aliados comemoraram as declarações do vice-presidente, Marco Maciel, que na semana passada citou Lerner como um dos nomes de peso do PFL para a sucessão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Pesquisa feita pelo Bonde, o portal da Folha na internet, revela que 87% não votariam em Lerner para presidente. Já 11% responderam que votariam no governador, e 2% reponderam talvez. A pesquisa continua no ar, no site www.bonde.com.br.
Levantamento do Instituto Datafolha, que ouviu 11.758 pessoas entre 25 e 28 de junho, colocou o governador paranaense na nona posição entre os dez governadores avaliados em popularidade. Lerner recebeu nota 5. De acordo com a pesquisa, 27% classificaram a administração Lerner como ótima/boa e 33% como ruim/péssima. Em dezembro do ano passado, Lerner ocupava a sétima posição no ranking.
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Na mesma pesquisa, os adversários do grupo lernista - Alvaro Dias (sem partido) e Roberto Requião (PMDB) - aparecem como favoritos nas intenções de voto para o governo do Estado. Alceni Guerra, responsável pela imagem política do governador, contestou a pesquisa. Na avaliação dele, o resultado não reflete o momento atual. O secretário avalia que o governo está em fase de recuperação e a tendência é a retomada da credibilidade. Segundo ele, o levantamento do instituto pegou uma fase anterior, marcada pelos protestos das mulheres dos policiais militares. Os servidores públicos estão há seis anos sem reajuste salarial.
Guerra tem afirmado que o governador está consciente da impopularidade gerada pela proposta de venda da Copel, mas não pretende recuar porque seu objetivo é estancar o déficit previdenciário, de R$ 100 milhões mensais. Os recursos, de acordo com o governo, serão usados para capitalizar a ParanáPrevidência, o fundo de pensão e aposentadoria dos servidores. Levantamento encomendado pelo próprio Palácio Iguaçu revela que 77% dos paranaenses estão contra a venda da estatal de energia.