O líder do PT no Senado, Humberto Costa, disse hoje (18) que a posição do partido na Casa "certamente" será de votar conforme o governo deseja as medidas do ajuste fiscal já aprovadas pela Câmara dos Deputados na semana passada.
O senador participou à tarde de reunião para tratar das votações com o vice-presidente Michel Temer e os ministro da Fazenda, Joaquim Levy, da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da Previdência, Carlos Gabas e da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, além de líderes e representantes dos partidos aliados do governo no Senado.
Quanto à medida provisória 664, que na semana passada foi aprovada com uma emenda que modifica o fator previdenciário, ele disse que o governo ainda deve avaliar se aposta na tentativa de derrubar a emenda, com a consequência de a MP ser novamente analisada pelos deputados, ou se assume a decisão de vetar ou não esse trecho da medida.
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"Acredito que o ideal é que elas não voltem à Câmara. Mas mesmo que [a presidenta Dilma Rousseff] vete, eu tenho certeza que, de imediato, ela mandará um projeto de lei para o Congresso Nacional para discutir, com calma, mudança que é necessária, mas não pode ser feita da forma como foi", afirmou.
De acordo com o líder, tanto a 664 (que altera regras para o acesso a benefícios previdenciários) quanto a 665 (que mexe na concessão do seguro-desemprego, abono salarial e seguro para pescadores) devem passar pelo Senado, tendo esta última mais facilidade do que a primeira.
Ele disse acreditar na reversão de posições de alguns senadores petistas que já se manifestaram contra a derrubada da emenda. "Trabalharemos pelo convencimento dos parlamentares para que se mostrem coerentes com posição política que ocupam dentro do partido", disse o líder petista.
Quanto ao contingenciamento do Orçamento que o governo deve anunciar na próxima quinta-feira (21), Humberto Costa disse não acreditar que o aumento de impostos seja uma solução para o caso de as medidas não serem aprovadas da forma que o governo deseja, já que isso atrapalharia a retomada do crescimento.
"Acho que [o corte] tem que ser grande o suficiente para dar uma sinalização bastante clara que o governo está comprometido com o equilíbrio das contas públicas e a recuperação da credibilidade da política econômica, mas não grande a ponto de inibir os investimentos do governo. Tenho certeza que a presidente vai buscar alguma coisa num nível razoável", disse Humberto Costa.