O presidente Luis Inácio Lula da Silva assina nesta segunda-feira, em Lima, o primeiro acordo de livre comércio do seu governo, que estabelece um pré-requisito para que o Peru se torne um membro associado do Mercosul, como já acontece com o Chile e a Bolívia.
Para o presidente brasileiro, o acordo significa que o Brasil e Peru vivem um momento histórico de integração política, cultural e social. "Esse é o momento mais importante de nossas histórias", ressaltou o presidente Lula, durante solenidade na noite de domingo, no Palácio do Governo peruano.
No discurso que fez, antes do jantar em sua homenagem oferecido pelo governo peruano, o presidente Lula lembrou ao presidente Alejandro Toledo que, com esse acordo, os dois presidentes estarão bem mais próximos de serem governantes de sucesso, ao invés de tentarem governar sozinhos os seus países.
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O presidente Lula destacou em seu discurso que a América do Sul está vivendo um novo momento com muitas experiências novas e com uma sociedade com muita disposição de participar.
"Essa é a grande oportunidade que a América do Sul tem para deixar de ser conhecida no mundo como uma região da pobreza, da miséria e passe a ser conhecida como uma região de desenvolvimento. Uma região também que concretize a sua integração física, para que passemos a disputar espaços no mundo, unidos e organizados", completou.
Acompanhado dos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, dos Transportes, Anderson Adauto, do Turismo, Mares Guia e dos governadores do Pará, Acre, Rondônia, Tocantins, Amapá, Roraima e Amazonas, o presidente Lula participou de cerimônia no palácio do governo peruano, onde recebeu do presidente Alejandro Toledo a medalha da ordem "El sol del Peru", no Grau de Grã Cruz. Também foi prestada uma homenagem ao embaixador Sérgio Vieira de Melo que recebeu, em memória, uma medalha da mesma ordem.
O embaixador do Brasil no Peru, André Mattoso Maia Amado, informou que a ampliação do Sivam, sistema de vigilância da Amazônia por radares, é de interesse do governo peruano, além da Bolívia e da Venezuela. A estratégia do Brasil é, segundo ele, além de ganhar com a venda de dados, passar a comandar um sistema de informações uitlizado pelos países com quem tem fronteiras.
Segundo o embaixador brasileiro, Brasil e Peru devem discutir nesta visita do presidente Lula a Lima, projetos relacionados às estradas Taraporo-Yurimaguas, no norte do país, e Inapari-Ponte Inambari, que dá acesso a portos do sul do país. O Brasil também deverá buscar acordos de livre comércio entre o Mercosul e o Peru. Brasil e Peru possuem, hoje, um fluxo comercial de US$ 640 milhões. Atualmente o Brasil exporta manufaturados e importa minérios do Peru.