O deputado Jilmar Tatto (PT-SP) é o novo líder da bancada do PT na Câmara. A escolha teve a participação direta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que interferiu no processo para garantir o nome de Tatto e a desistência do deputado José Guimarães (PT-CE) na disputa. Lula conversou com Guimarães e com o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), patrocinador da candidatura do petista do Ceará, o que determinou o recuo.
A preocupação do ex-presidente Lula, manifestada a petistas, é com o clima das eleições deste ano. O temor era desgastar politicamente o partido com a volta do escândalo do mensalão e beneficiar, com isso, a oposição.
Em 2005, o assessor de José Guimarães na Assembleia Legislativa do Ceará, José Adalberto Vieira da Silva, foi detido no aeroporto em São Paulo com R$ 200 mil em notas em uma maleta e outros US$ 100 mil escondidos sob a calça que vestia.
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Pelo acordo, Guimarães irá assumir a liderança da bancada em 2013. Ele negou que o escândalo do mensalão tenha definido a escolha de Tatto. Guimarães preferiu dizer que o mais importante era a unidade do partido. "O que pesou foi a unidade da bancada. Cedemos para ficar com a unidade do partido. A bancada acabaria rachada. Não tenho dificuldades em defender nada", disse referindo-se ao episódio do mensalão.
A escolha de Tatto foi mais uma derrota para o grupo do PT ligado a Vaccarezza. O líder foi derrotado na escolha da presidência da Câmara, não assumiu o ministério de Relações Institucionais, uma de suas pretensões, e agora não conseguiu emplacar o seu indicado para a liderança da bancada do PT.
Na reunião dos grupos petistas desta manhã, os aliados de Tatto contabilizavam entre quatro e oito votos a mais caso Guimarães insistisse em disputar a liderança. "Não é uma derrota. É uma vitória do partido", disse Vaccarezza.
A bancada do PT se reúne à tarde para homologar o acordo que foi fechado na manhã de hoje entre os dois candidatos e seus grupos. Tatto conta com o apoio do presidente da Câmara, Marco Maia (PT), e do líder que deixa o cargo, Paulo Teixeira (SP), e do ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (SP).