O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estaria disposto a aceitar mudanças no relatório da reforma da Previdência aprovado na Comissão Especial da Câmara, mesmo diante do impasse em torno do aumento do subteto para os juízes estaduais, garantiu nestaquinta-feirao ministro José Dirceu (Casa Civil).
Dirceu se reuniu com Lula e todos os líderes da base aliada do governo em sua casa para um almoço em que seria decidido a reivindicação dos juízes de aumentar de 75% para 90,25% o subteto do Judiciário nos Estados.
Segundo o ministro, o presidente Lula continuará defendendo a aprovação do relatório do deputado José Pimentel (PT-CE) em sua integralidade. Dirceu disse que decisão dos juízes de suspenderem a greve não está vinculada a nenhum acordo com líderes da base aliada para mudar de 75% para 90,25% o subteto dos magistrados estaduais.
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"O presidente da Câmara e os líderes nunca afirmaram que houve um acordo com o Judiciário. A Justiça expôs uma nova proposta que é de conhecimento do país, mas nós temos outras questões. A reforma da Previdência não diz respeito só à magistratura brasileira. Temos que ver também questões dos servidores públicos em geral, e o presidente vai analisar todas as propostas que foram apresentadas na reunião", disse Dirceu.
Dirceu diz que o governo tem a maioria dos votos na Câmara, com 370 deputados, e não teme alterações no relatório de Pimentel. O ministro também rebateu críticas de que o governo tenha firmado posição a favor dos 75%, mas que poderia aceitar mudanças promovidas pelos líderes aliados.
"O governo não coloca as propostas para depois retirar só para marcar posição, o chamado bode na linguagem popular, nem o fica fazendo jogo com o Congresso Nacional. O presidente e nós temos a convicção de que a proposta de 75% é correta. Principalmente levando em conta que a reforma evidentemente é para todos os servidores. Não é só para a magistratura", afirmou.
Dirceu disse ainda ter ouvido alguns governadores sobre o subteto e que nem todos concordam com a elevação. Diante disso, o ministro afirmou que a decisão ficará a critério do Congresso Nacional.
Informações da Agência Brasil