O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou de "provocação" a série de atentados contra a polícia paulista na última segunda-feira, atribuída, nas investigações iniciais, à organização criminosa PCC. "Os bandidos têm ficado desaforados. Eles têm desafiado o Estado, e eu acho que o Estado tem que ser duro". Lula fez as declarações durante entrevista coletiva conjunta com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no aeroporto de Luanda.
Lula falou também sobre a necessidade de reformar o sistema carcerário brasileiro: "O Estado precisa manter prisões em que se proíba que os bandidos tenham privilégios. Precisa mudar todo o sistema carcerário, para que quem esteja preso não possa, de dentro da cadeia, organizar o que aconteceu ontem (segunda-feira), o que aconteceu noutros momentos da nossa história".
O presidente fez, porém, a ressalva de que o governo vem desenvolvendo uma política coerente para combater a violência no Brasil, que ele considerou um problema delicado. Ele disse que o Ministério da Justiça vem construindo a base sólida de uma boa política de segurança pública. Nesse sentido, lembrou, foram assinados 27 convênios com os Estados para permitir a integração das ações da Polícia Federal com a Polícia Militar dos Estados e a da Polícia Civil, a fim de combater o crime organizado.
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Na opinião do presidente, o combate ao crime organizado é a tarefa mais complexa da área de segurança. "O crime organizado é mais difícil de combater porque tem o seu braço político, o seu braço judiciário, o seu braço empresário, o seu braço na sociedade civil", observou. A receita para o enfrentamento do problema, segundo Lula, passa também por uma "polícia mais inteligente e mais preparada".