Luiz Inácio Lula da Silva, virtual candidato do PT à Presidência da República, emprestou o nome para divulgar a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul). Lula participa de caravana de lançamento da entidade em Blumenau (SC), na próxima quarta-feira. O movimento também passará por quatro municípios do Paraná: São Mateus do Sul (no próximo dia 30), Pinhão e Guarapuava (dia 31) e Francisco Beltrão (1º de agosto).
O presidente da Fetraf-Sul, Dirceu Dresch, diz que Lula foi escolhido por ser um ícone do sindicalismo brasileiro. "Ele mudou a estratégia de atuação do sindicalismo brasileiro com os movimentos de greve no ABC Paulista contra a ditadura militar", afirma Dresch. Ele diz que o fato de Lula ser o líder nas pesquisas de intenção de voto a presidente não influenciou na decisão de colocar o petista como divulgador da entidade.
A Fetraf-Sul foi fundada num congresso em Chapecó (SC), em março deste ano. Dresch relata que Lula foi convidado para palestrar aos agricultores e quis conhecer a agricultura familiar. "O Lula se interessou pela agricultura familiar e pediu para conhecer em detalhes os projetos que deram certo na região Sul do País. Por isso, ele está participando da caravana", diz Dresch.
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Para mostrar que não quer apenas assistir ao debate político em torno da sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a direção da Fetraf-Sul vai enviar uma carta ao vencedor da eleição presidencial enumerando suas sugestões para apoiar a agricultura familiar, responsável, segundo a entidade, pela produção de 80% dos alimentos do País. Esse tipo de agricultura se caracteriza pela formação de pequenas propriedades com até 50 hectares, que reúne mão-de-obra exclusivamente familiar.
O coordenador da Fetraf-Sul no Paraná, Luiz Perin, diz que cerca de 500 mil famílias são donas de pequenas propriedades rurais no Estado. Há dez anos, esse número era maior. Segundo Petrin, cerca de 400 mil pessoas deixaram o campo no Paraná.
Dresch diz que a Fetraf-Sul surgiu para dar representatividade aos agricultores familiares. "É preciso exigir do governo federal maior apoio à categoria no que diz respeito aos financiamentos para o Pronaf e reforçar que os pequenos agricultores não podem ser confundidos com setores patronais da agricultura."