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Helicóptero com cocaína

Ministério Público de Minas Gerais denuncia Gustavo Perrella por enriquecimento ilícito

Agência Estado
30 jun 2014 às 21:36

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O Ministério Público Estadual (MPE) de Minas Gerais denunciou o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD) à Justiça por enriquecimento ilícito. Ele é acusado de usar verba indenizatória da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para abastecer um helicóptero que teria sido usado para fins particulares. A aeronave foi apreendida pela Polícia Federal no Espírito Santo após ser usada para transportar 445 quilos de cocaína pura do Paraguai para o Brasil. Um piloto que trabalhava para a empresa da família do deputado e tinha cargo na assembleia mineira por indicação do parlamentar foi preso em flagrante na ocasião.

Segundo a denúncia, Perrella teria recebido R$ 14 mil de verba indenizatória da Casa para custear o abastecimento do helicóptero. O deputado é filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), que também usou verba indenizatória do Senado para custear combustível para a aeronave, que está registrada no nome da Limeira Agropecuária e Participações Ltda., criada por Zezé e hoje nos nomes de Gustavo em sociedade com a irmã Carolina Perrella e André Costa.

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Na denúncia, o MPE pede que o parlamentar seja condenado à perda do mandado, tenha os direitos políticos cassados por até oito anos e seja obrigado a devolver aos cofres públicos o dinheiro que teria recebido irregularmente porque haveria "manifesto desvio de finalidade na conduta" do deputado, o que teria resultado em enriquecimento ilícito com "direta violação do interesse público". A Justiça ainda não se manifestou sobre a denúncia. O parlamentar não foi encontrado em seu gabinete no início da noite desta segunda-feira, 30. Desde a apreensão da aeronave a defesa dos Perrella acusa o Ministério Público de fazer uso eleitoral político do caso.

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A família Perrella já trava um embate judicial para tentar reaver o helicóptero, apreendido em 24 de novembro passado, no município de Afonso Cláudio (ES) e posta à disposição do governo capixaba pela Justiça Federal. O piloto Rogério Almeida Antunes, de 37 anos, era funcionário da Limeira, mas também recebia salário mensal de R$ 1,7 mil da Assembleia Legislativa de Minas por um cargo na 3ª Secretaria da Mesa, apesar de não comparecer à Casa e, na ocasião da prisão, ninguém do Legislativo saber explicar quais atividades ele exercia.

Após a repercussão negativa em torno da apreensão do helicóptero, Antunes foi demitido da Limeira e exonerado da Assembleia, que ainda vetou o uso de verba indenizatória para o abastecimento de aeronaves. Além do piloto, foram presos com a cocaína o copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior, de 26, Róbson Ferreira Dias, de 56, e Everaldo Lopes de Souza, de 37. O processo ainda tramita na Justiça Federal.


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