O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta sexta-feira (14) que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está por trás das articulações para rejeitar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no Senado. Segundo o ministro, a atitude do ex-presidente não foi boa para o país.
"É visível que por trás desse movimento tem a sombra do Fernando Henrique, que não admite que Lula é melhor presidente do que ele, que o governo do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] retirou o país da estagnação e é muito mais respeitado internacionalmente do que o governo dele", afirmou.
Sobre a nota divulgada por Fernando Henrique Cardoso, que pede a reconciliação entre governo e oposição para a votação da reforma tributária, deixando de lado as "picuinhas", Genro afirmou que o texto demonstra que o ex-presidente estava fazendo uma revanche.
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Para o ministro, a suposta represália ocorreu porque Fernando Henrique estaria inconformado com a derrota do candidato do PSDB nas últimas eleições presidenciais, Geraldo Alckmin, e porque Lula, segundo Genro, tirou o país do "atoleiro" deixado pelo antecessor.
Quanto ao chamado do ex-presidente Fernando Henrique para a retomada dos diálogos entre governo e oposição, Tarso Genro disse que Lula decidirá se é conveniente entrar nessa discussão.
Os maiores prejudicados com a extinção da CPMF a partir de janeiro, segundo o ministro, serão a saúde pública e os investimentos. Apesar disso, Genro disse acreditar que a derrota do governo não interfere no desenvolvimento do país.
"A derrota da CPMF não causa nenhum terror no governo. Dá uma tremida no telhado, mas os alicerces do país são sólidos, fortes, profundos, enraizados na consciência popular e na consciência da cidadania brasileira", destacou. "Tenho certeza que o Brasil vai continuar a crescer e gerar renda. Não tem CPMF derrotada que vá impedir isso."