A Procuradoria de Justiça de Manhattan, nos Estados Unidos, permitiu o acesso da CPI do Banestado a 270 caixas de documentos com toda a movimentação financeira da agência do banco em Nova Iorque.
A Justiça americana também prometeu colaborar para rastrear o destino do dinheiro enviado àquele país a partir de agências de Foz do Iguaçu. A CPI investiga a evasão de divisas através de contas CC-5.
O presidente da comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), alertou que os que apostavam no fracasso da CPMI perderam. "Chegamos à fonte principal de informações e às pessoas que têm a chave da porta que esconde os corruptos, os sonegadores, os que usaram laranjas e esquemas fraudulentos para fazer remessas ilegais e lavar dinheiro. Estamos a um passo de colocar as mãos nos verdadeiros criminosos. Retorno dos Estados Unidos convencido de que a CPI não vai acabar em pizza", afirma.
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O relator da CPI mista, deputado José Mentor (PT-SP), disse que as investigações brasileiras - principalmente a identificação dos nomes dos beneficiários com a remessa ilegal de dólares para o exterior - dependem, em boa parte, dessas informações. "Que houve evasão, está claro desde o início. O que nós não sabemos é o montante exato. Também não há dúvidas sobre a maneira como foi feita: o esquema do carro-forte já está desvendado, assim como o esquema dos laranjas e doleiros".
Colaboração em Washington
Durante a viagem, os parlamentares também conseguiram da Receita Federal, em Washington, uma lista com nomes de cerca de 150 brasileiros que possuem bens não-declarados ao Imposto de Renda com valores superiores a 800 mil dólares (cerca de R$ 2,4 milhões).
Antero Paes de Barros e José Mentor estiveram com diretores do FBI, a polícia federal norte-americana; com representantes da OCC, organização americana que fiscaliza o funcionamento dos bancos; e, ainda, com representantes do Banco Itaú, sucessor do Banestado.
Na comissão do Congresso norte-americano que investiga a lavagem de dinheiro naquele país, os parlamentares buscaram informações sobre empresas off-shore que promoveram evasão de divisas no Brasil através de contas CC-5. Eles entregaram ofício aos integrantes da comissão no qual recomendam que investiguem a off-shore uruguaia Lespan, responsável pela remessa de bilhões de dólares de brasileiros através da agência do Banestado em Foz do Iguaçu.
Os cinco parlamentares da CPI que estão nos Estados Unidos desde o último dia 23 retornam ao Brasil nesta sexta-feira, mas assessores da comissão, funcionários da Receita e da Polícia Federal continuam nos Estados Unidos, trabalhando na apuração do caso.