O fato de uma empresa ligada a Luiz Abi Antoun ter pago as diárias de um hotel a Mauro Ricardo Costa em dezembro, quando ele ainda nem era secretário de Fazenda do Paraná, foi usado pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Londrina para comprovar a influência política do empresário nos "bastidores do poder" do estado. O fato foi citado pelos promotores Renato de Lima Castro e Leila Schimit na ação criminal referente à segunda fase da Operação Publicano, que investiga um esquema de cobrança de propina descoberto dentro da Receita Estadual. A denúncia foi apresentada contra Abi e outras 124 pessoas na segunda-feira (29), e detalhada em entrevista coletiva durante a tarde desta terça (30).
De acordo com o promotor Renato de Lima Castro, a "relação incestuosa" de Abi com o governo de seu "parente distante", Beto Richa (PSDB), demonstra a "forma como o empresário gravitava pelos bastidores do poder".
Conforme as investigações, a Alumpar, empresa que estaria no nome dos filhos de Luiz Abi, teria pago as despesas de hospedagem de Costa e da esposa dele, em um hotel de Curitiba, entre os dias 31 de dezembro de 2014 e 5 de janeiro de 2015. Ainda segundo o Ministério Público (MP), a empresa também teria feito a reserva das diárias no nome de Costa e se referido a ele como o "futuro secretário da Fazenda do Paraná". De acordo com os promotores, Abi sabia que Costa iria ser o novo responsável pela pasta antes mesmo de Richa fazer o anúncio oficial do nome dele.
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Na segunda fase da Operação Publicano, Luiz Abi é citado como "operador político" do esquema de corrupção da Receita. Pelas investigações, ele teria sido responsável por indicar nomes para o alto escalão do órgão de fiscalização, pessoas que, segundo a ação criminal, chefiaram a organização criminosa nos últimos cinco anos.