O secretário do Meio Ambiente de Londrina, José Novaes Faraco, revelou a reportagem do Bonde na manhã desta quinta-feira (24) que deixará o cargo no dia 31 de dezembro para poder disputar uma vaga de vereador na Câmara Municipal de Londrina pela sua legenda Partido Democrático Trabalhista (PDT). O anúncio foi feito um dia após a promotora do Meio Ambiente, Solange Vicentin ter revelado em audiência pública desta quarta-feira (23) que autuou Faraco pela sétima vez por crime ambiental.
Segundo a última acusação, Faraco é responsabilizado por autorizar terceiros a destruir vegetação às margens do Lago Igapó 2, em área de preservação permanente. "Eu dei uma autorização para um imobiliarista da cidade cortar mato, para fazer limpeza no local. Mas ele cortou bananeiras e alguns galhos de árvores, então cassei a autorização dele e emiti uma autuação no valor de R$ 5 mil. Ele errou, não eu", explicou Faraco.
O secretário se sente perseguido por ambientalistas da cidade. "Eu acho que sou o único secretário do Meio Ambiente do Brasil que foi autuado por crime ambiental. É um absurdo isto. Eu nunca cometi crime ambiental e não vou entrar no jogo deles. Eu respeito a autoridade dela (promotora); ela é que não respeita a minha. Ela deve saber que acusar alguém inocente de crime ambiental também é crime. No dia 1º, eu vou contar a história dessas pessoas que estão me acusando de crimes", desabafa.
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Faraco promete que no dia 1º de janeiro irá contar tudo sobre o que está acontecendo com ele, nos bastidores da política, e que não faz as revelações hoje porque não quer prejudicar a administração do prefeito Barbosa Neto (PDT). "Vou sair da administração municipal, para me dedicar às questões da cidade como vereador", concluiu.
A autuação mais recente era a referente ao Bosque Marechal Cândido Rondon, centro de Londrina, onde 50 árvores estavam marcadas para morrer. A Sema teria emitido um documento de última hora autorizando o corte das árvores no último dia 11, data em que foram derrubadas 17 árvores do Zerinho do Bosque, e deu início ao impasse sobre o projeto de revitalização do local, que prevê a abertura da rua Piauí, entre as avenidas São Paulo e Rio de Janeiro.
Apesar da sétima infração, até o momento, Faraco não foi denunciado por crime ambiental e por improbidade administrativa.
A Ong Meio Ambiente Equilibrado (MAE) espera que a Promotoria de Meio Ambiente de Londrina tome providências com pedidos de pena de prisão e afastamento de Faraco do cargo de secretário.