O processo de renovação do diretório estadual do PT está sendo marcado por acusações de uso da estrutura do partido para garantir a vitória do atual presidente da legenda, André Vargas, da chapa Unidade na Luta. O candidato da chapa Movimento PT, deputado federal Padre Roque Zimmermann, acusa o grupo que apóia Vargas de métodos que os petistas sempre condenaram em outros partidos.
Padre Roque denuncia a cooptação de filiados que tiveram promessas de isenção da taxa de anuidade para manutenção do partido. O deputado diz também que cabos eleitorais foram contratados em troca de dinheiro para atuar na campanha de Vargas. A estimativa é de que 10 mil pessoas participaram da eleição direta realizada no domingo em 177 municípios do Estado.
"Estas práticas comprometem a imagem do partido", diz Padre Roque, desafiado por Vargas a sustentar as denúncias. "Ele já havia feito esse alerta antes da eleição, falei para provar as denúncias e estou esperando isso até hoje. O Padre Roque precisa manter o nível da eleição." Vargas, o deputado e o candidato Jorge Sonda, da chapa Corrente da Gente, estão sendo cotados para disputar o segundo turno da eleição, em 7 de outubro.
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Numa projeção parcial extra-oficial feita na tarde de ontem, André Vargas estaria em primeiro lugar, com cerca de 3,2 mil votos. A disputa para saber quem vai para o segundo turno estaria apertada entre Padre Roque e Jorge Sonda. O deputado teria 2,3 mil votos contra 1,8 mil votos de Sonda. A previsão é de que a totalização dos votos termine quarta-feira à tarde.
A briga entre Vargas e Padre Roque expõe divergências políticas no PT que sugerem um racha entre as lideranças. "O partido está meio bagunçado e precisa voltar às origens. Recuperar este espírito de ética e solidariedade é a base da nossa candidatura", diz Padre Roque. Vargas diz que o adversário se preocupa mais com o embate nos bastidores do que contra adversários tradicionais como o governador Jaime Lerner (PFL) e o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
"O Padre Roque tem uma postura muito incoerente. O partido está num processo de avanço no Estado e, a todo momento, o grupo dele ataca os nossos governos. Uma prova disso é a atuação dos vereadores em Ponta Grossa que estão criando dificuldades para a Prefeitura (administrada pelo petista Péricles de Holleben Mello)", afirma Vargas.