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Petrelli diz desconhecer "caixa dois"

Carmem Murara - Folha do Paraná
15 nov 2000 às 11:58

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O empresário e político paranaense Mário Petrelli (PFL) afirmou ontem que são falsas as informações de que suas empresas e as de seus familiares, entre elas a Direct to Company (DTCom), fizeram doações para a campanha da reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998. Irritado com as notícias publicadas na Folha e em jornais nacionais, dando conta de que há denúncias de uma contabilidade paralela no comitê de FHC, Petrelli protestou: "Não conheço caixa dois. Não vi isso e não me consta que existiu. Não posso dizer o que não sei", afirmou. Petrelli disse que a imprensa está fazendo um "deserviço" ao tentar vincular a imagem do presidente a irregularidades.

"Estão querendo colocar pêlo em ovo. Estão fazendo uma campanha contra o País. O Brasil teve uma eleição limpa", reclamou o empresário. Mário Petrelli foi um dos coordenadores regionais para arrecadação de doações ao comitê de Fernando Henrique Cardoso. Sua missão era procurar empresários paranaenses e catarinenses dispostos a contribuir financeiramente com a campanha eleitoral.

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Mário Petrelli nega ter sido chamado para a campanha pelo então coordenador geral Eduardo Jorge. Segundo o empresário paranaense, foi a direção nacional do PFL que o indicou para a função. Ele já havia ocupado o mesmo posto em 1994, na primeira eleição presidencial. "O Eduardo Jorge nem participou daquela primeira campanha em 94", disse o empresário. Ele ressaltou ainda que Eduardo Jorge, acusado pelo jornal Folha de S. Paulo de ter montado um caixa dois na campanha presidencial, não coordenou a parte financeira. Essa função ficou para o ex-ministro Bresser Pereira.

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Para o empresário, a imprensa quer "denegrir" o País, pois está "contra" o Brasil. "Na minha TV não deixo essas coisas. Sou da linha do Sílvio Santos", ao dizer que prefere um estilo mais otimista para encarar a política nacional e os governos. Mário Petrelli tem a concessão da Rede Record, em Curitiba, e do SBT em Florianópolis e Joinville. Ele tem participação ainda no Banco Icatu.


Mário Petrelli se irrita ao ser apontado como um lobista do PFL. "Em 40 anos de atividade no Brasil eu nunca recebi presente em dinheiro ou terrenos", disse. "Eu só ajudo e atendo amigos meus", completou.

Ele afirmou que participou da campanha para ajudar Fernando Henrique Cardoso a se reeleger. Petrelli disse ainda que, ao contrário das informações divulgadas na imprensa, faltou dinheiro para cobrir todos os gastos. "Ainda tem conta sendo paga", disse. Segundo Petrelli, todas as ações feitas para buscar doações para a campanha foram feitas sob orientação do ex-ministro Bresser Pereira.


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