Delator do suposto esquema de arrecadação propina para o PC do B, que derrubou o ministro do Esporte, Orlando Silva, o policial militar João Dias foi preso nesta quarta-feira (7) em Brasília depois de invadir o Palácio do Buriti, onde despacha o governador Agnelo Queiroz e agredir servidores. Por meio de nota, o governo do DF informou que Dias foi retirado do prédio pela segurança e entregue à Polícia Civil, que abriu inquérito para apurar o caso.
Conforme a investigação, Dias tentou tomar satisfações com o secretário de governo, Paulo Tadeu, seu desafeto. Como Tadeu não estava no recinto, o militar, que é faixa preta de kung fu, passou a agredir verbalmente duas servidoras do gabinete e jogou dinheiro sobre a mesa delas. Dias, segundo a nota, "teve de ser contido pelos seguranças, já que apresentava comportamento agressivo". A seguir, foi encaminhado à 5ª Delegacia de Polícia, onde prestou depoimento, foi indiciado por desacato e liberado no início da noite.
Fundador e dirigente de duas ONGs, Dias recebeu R$ 2,9 milhões do Ministério do Esporte, em 2006, por meio do programa Segundo Tempo, para promover atividades esportivas e de lazer a 5 mil alunos carentes da cidade satélite de Sobradinho. À época, o ministro era Agnelo, sucedido por Orlando Silva. A Controladoria Geral da União constatou que os serviços não foram prestados e na prestação de contas foram anexadas notas fiscais falsas.