Com a crise entre aliados deflagrada no Rio de Janeiro por causa da sucessão estadual, o comando nacional do PMDB começou a discutir estratégias para os Estados onde o partido vai enfrentar o PT, na tentativa de diminuir os riscos para a campanha de reeleição da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer. O confronto entre peemedebistas e petistas é quase certo em Estados importantes, como Bahia e Rio Grande do Sul.
No Rio, o PMDB ameaça retirar o apoio a Dilma se o senador Lindbergh Farias (PT) não desistir da disputa para apoiar o vice-governador Luiz Fernando Pezão, mas o petista resiste. No início na semana, o governador Sérgio Cabral (PMDB), que evitava tratar o assunto em público, rejeitou a tese do palanque duplo. Disse que não imagina a presidente "no palanque de Pezão e de outro candidato", assim como não receberia Dilma em um dia e um adversário da presidente no outro. Lindbergh reagiu dizendo que o governador faz "uma espécie de chantagem".
"Compreendo o governador Cabral. Na Bahia, em 2010, o conceito de dois palanques não funcionou e no meio da campanha fiquei pendurado no pincel", diz o peemedebista Geddel Vieira Lima, possível candidato de oposição ao governo do petista Jaques Wagner. Na ocasião, houve um acordo para que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata Dilma Rousseff ficassem neutros, mas a dupla fez campanha pela reeleição de Wagner. Geddel ressalva que ainda não tem claro como será o cenário na sucessão baiana, mas, se entrar mesmo na disputa, descarta o palanque duplo. "Posso até cometer novos erros, mas repetir os do passado não dá", afirma.
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No Rio Grande do Sul, o PMDB se prepara para lançar um candidato à sucessão do petista Tarso Genro, que disputará a reeleição. A disputa PT-PMDB é tradicional no Estado. A diferença é que, desta vez, o PMDB gaúcho, abriu uma brecha para um possível e inédito apoio ao PT na sucessão presidencial.
A eleição estadual foi assunto de um jantar entre o vice-presidente Michel Temer e parlamentares gaúchos, na segunda-feira passada. "O PMDB do Rio Grande do Sul está se aproximando do PMDB nacional. Talvez no Rio Grande do Sul o palanque duplo (para Dilma e Temer) possa funcionar, mas o PMDB tem que gozar das benesses de que o PT goza. Se fizermos um acordo, acreditamos que a palavra vai ser cumprida", diz o deputado peemedebista Eliseu Padilha.
Em São Paulo, o PMDB estuda lançar Paulo Skaf, mas o cenário não seria de confronto com o PT, já que o peemedebista poderia ajudar a levar a disputa para o segundo turno, contra a reeleição do tucano Geraldo Alckmin. Também no Mato Grosso do Sul é provável a disputa entre PT e PMDB.