Relatório da investigação do atentado ocorrido no dia 29 de dezembro contra a sede da Promotoria de Investigações Criminais (PIC), em Curitiba, aponta que o crime teve a participação direta de quatro pessoas. Os nomes são mantidos sob sigilo pela Polícia Civil. Na madrugada do dia 29, três homens encapuzados foram vistos invadindo a casa, localizada no Alto da Glória, centro de Curitiba. Eles renderam o vigia, espalharam gasolina em todos os cômodos e atearam fogo nos arquivos da PIC, que continham denúncias contra o crime organizado no Paraná. O quarto homem teria ficado dentro de um carro.
O relatório sobre a investigação deveria ter sido entregue na tarde de ontem ao Ministério Público (MP), mas o encaminhamento foi adiado for falta de algumas informações. O delegado da Força Especial de Repressão Antitóxicos, Adauto de Oliveira, que comanda o inquérito, aguarda a conclusão das perícias, realizadas pelo Instituto de Criminalística, em luvas cirúrgicas e galões de gasolina deixados pelos autores do atentado.
Pelos exames, a polícia pretende levantar as impressões digitais dos suspeitos. A previsão é que o trabalho dos peritos da Criminalística seja concluído em pelo menos seis dias.
A polícia está monitorando os passos dos suspeitos durante 24 horas. Adauto diz ter provas concretas do envolvimento das quatro pessoas no incêndio criminoso. Ele e o delegado-geral da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro, teriam realizado uma reunião ontem à tarde para discutir detalhes do relatório. A assessoria de Ribeiro, porém, não confirmou a informação. Por meio do setor de comunicação da polícia, o delegado-geral garantiu desconhecer qualquer encontro com Adauto e também a conclusão do relatório.
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Ao receber o relatório da polícia, o MP tem a prerrogativa de apresentar denúncia contra os acusados e pedir à Justiça a prisão dos suspeitos. Com isso, espera-se chegar aos mandantes do atentado que destruiu documentos de processos contra o narcotráfico, roubo e desmanche de carros, corrupção de servidores públicos, desvio de recursos e apropriação indébita por vereadores, entre outros. Os promotores vinham investigando políticos, empresários, delegados e policiais de várias regiões.
Um dia após o incêndio, o que restou dos arquivos da PIC foi transferido para uma outra sede do MP, na rua Tibagi, também no centro da Capital. Policiais militares têm feito guarda em frente ao local durante 24 horas. No prédio funciona o almoxarifado do MP.
Por causa do atentado, o Procurador Geral de Justiça, Marco Antônio Teixeira, cobrou do governo do Estado segurança policial ininterrupta nos prédios da PIC de Curitiba, Londrina e Maringá. Na semana passada, o secretário-chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, garantiu que governo atenderá a todas as reivindicações do MP, inclusive a de conseguir uma nova sede para a PIC de Curitiba. O local mais provável para abrigar a promotoria é um dos prédios no Centro Cívico.