O presidente Michel Temer vai se reunir neste domingo (11) com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, no Palácio do Jaburu, em Brasília. A reunião, que não estava prevista na agenda, foi marcada depois da divulgação do conteúdo da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho pela mídia. O presidente Michel Temer retornou de São Paulo para Brasília nesta tarde.
A reunião foi confirmada pela assessoria do ministro Padilha, que não soube precisar se outros outros ministros e líderes da base do governo no Congresso também participarão.
Veículos de comunicação noticiaram neste fim de semana que a delação de Melo Filho teria citado o presidente Temer, Padilha, o ex-ministro do Planejamento, senador Romero Jucá, e o ex-secretário de Governo, Geddel Vieira Lima como receptores de propina. Todos negam as acusações. De acordo com as reportagens, ao todo 51 políticos de 11 partidos teriam recebido propina da Odebrecht.
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O encontro também se dá num período que antecede votações importantes no Congresso. Entre elas está a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que estabelece um teto de gastos públicos e está em discussão no plenário do Senado; a reforma da previdência (PEC 247), que foi enviada ao Congresso na semana passada, e a aprovação do orçamento de 2017. A expectativa é que todos esses debates avancem no Congresso antes do recesso parlamentar, com início em 23 de dezembro.
Vazamento
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, declarou ontem (10) que solicitará abertura de investigação para apurar o vazamento para a imprensa de documento sigiloso relativo à delação premiada de Cláudio Melo Filho.
Em nota, na última sexta-feira (9), o Palácio Planalto repudiou as acusações de que o presidente Michel Temer teria solicitado valores ilícitos da empreiteira Odebrecht em meio à campanha à Presidência de 2014. "O presidente Michel Temer repudia com veemência as falsas acusações do senhor Cláudio Melo Filho. As doações feitas pela Construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE [Tribinal Superior Eleitoral]. Não houve caixa 2, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente", diz a nota.