Segundo advogado, Paulo César Valle não pensa em deixar o cargo na Prefeitura de Londrina
O procurador-chefe do município de Londrina, Paulo César Gonçalves Valle, cargo de confiança do prefeito Alexandre Kireeff (PSD), disse ontem por meio de seu advogado que "está com a consciência tranquila" sobre o processo por improbidade administrativa que responde em Centenário do Sul (Região Metropolitana de Londrina).
Valle e o advogado Alex de Siqueira Butzke impetraram mandado de segurança, no final de 2007, para defender interesses particular do então vereador Lindolfo da Silva, mas foram pagos com dinheiro público, segundo acusação do Ministério Público (MP) de Centenário do Sul, em ação proposta em 2010. Conforme o MP, embora toda a tratativa fosse com a "pessoa física" do vereador, que queria manter-se presidente do Legislativo, foi a Câmara que pagou a conta.
O advogado de Valle, Luciano Niero, porém, sustenta que o Legislativo "obteve vantagem econômica muito grande" com os serviços prestados por seu cliente. "A Câmara estava sem presidente e isso causaria um prejuízo muito grande, do ponto de vista econômico, político e social. Então, foi justo que recebesse da Câmara", afirmou.
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Niero também destacou o "valor irrisório, quase aviltante" cobrado por Valle de Silva. "Foi um valor irrisório para um mandado de segurança na área do Direito Público. Ele (Valle) mesmo para atender o vereador."
Outro apontamento do defensor de procurador-geral foi que o Tribunal de Contas (TC) do Paraná teria aprovado as contas da Câmara de Centenário relativas ao ano de 2007. "O TC aprovou as contas da Câmara inclusive com parecer favorável do Ministério Público que atua junto ao TC. Muito me surpreende essa contradição. É algo que questiono na ação", comentou. "Conversei com o doutor Paulo e ele disse que está com a consciência tranquila, que faria de novo", relatou Niero, acrescentando que Valle não pensa em deixar o cargo na Prefeitura de Londrina. "Não tem relação uma coisa com a outra."
Tanto Valle quanto Butzke devem ser ouvidos no processo em outubro pela 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina, já que a Vara de Centenário encaminhou carta precatória para cá, em razão do domicílio dos dois réus. A advogada de Silva novamente não foi localizada pela reportagem.