O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) pode desembarcar da campanha da senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata à Presidência da República, antes mesmo de fechar um acordo definitivo com o Partido Verde. Em documento divulgado hoje, três dirigentes da legenda repudiaram um eventual acordo entre o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) com o PSDB e o DEM para concorrer ao governo do Rio de Janeiro.
"Infelizmente, apesar de nossos reais e sinceros esforços, está ficando claro que não teremos uma base programática capaz de unir nossas forças nestas eleições", diz o documento, assinado pelo presidente do diretório do PSOL no Rio Grande do Sul, Roberto Robaina, a deputada federal Luciana Genro (RS) e o dirigente do partido em Goiás, Martiniano Cavalcanti. O texto diz ainda que se houver acordo do PV do Rio com o PSDB e o DEM, "estaremos de fato caminhando para o encerramento das negociações entre o PSOL e o PV."
Roberto Robaina disse à Agência Estado que essa ainda não é a posição oficial do partido, mas que poderá ser o caminho adotado na reunião da executiva nacional, marcada para o dia 21 de janeiro. "Não vou antecipar uma posição, mas a executiva deve concordar com nosso argumento." Segundo ele, a presidente nacional do PSOL, a ex-senadora e atual vereadora de Maceió, Heloísa Helena, foi comunicada da posição dos dirigentes. "Ela saberá conduzir a questão."
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No documento, os dirigentes do PSOL afirmam que um eventual acordo no Rio acaba com qualquer desejo de independência da candidatura Marina Silva. "Se no terceiro colégio eleitoral do país o PV é abertamente instrumentalizado pelos tucanos na disputa, então a independência está sepultada".
Robaina lembra que quando iniciou conversações com o PV, uma das condições do PSOL era que a candidatura de Marina Silva não tomasse PT, PMDB, PSDB e DEM como aliados.