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Fundação ligada ao partido

PT faz restrições a Dilma no comando da Perseu Abramo

Agência Estado
14 set 2016 às 09:51

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- Roberto Stuckert
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A possibilidade de a presidente cassada Dilma Rousseff presidir a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, foi criticada, na noite desta terça-feira, durante reunião entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as bancadas do partido na Câmara e no Senado.

O presidente do PT, Rui Falcão, convidou Dilma para substituir Márcio Pochmann à frente da Fundação, mas muitos na legenda não gostaram da ideia. Até mesmo Lula disse, segundo relato dos presentes, que Dilma precisa entender que a fundação é um "colegiado" e lá ela terá de ouvir opiniões, não podendo mandar sozinha.

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Questionado pelo Estado após a reunião, realizada num hotel em Brasília, Falcão não quis tecer comentários sobre a nova polêmica. "Eu convidei e ela aceitou", afirmou o presidente do PT. Quando era presidente da República, Dilma sempre foi alvo de críticas de petistas, para quem ela não ouvia ninguém, nem mesmo Lula.

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Treze dias após o Senado aprovar o impeachment de Dilma, o PT também já se prepara para discutir a apresentação de um programa com alternativas para o Brasil.

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Apesar de decidir por uma oposição implacável ao governo comandado por Michel Temer, o partido quer fazer um contraponto à gestão dele e mostrar que têm propostas para o País. "Precisamos nos preparar para voltar ao governo, e temos de reforçar o PT", afirmou Lula, de acordo com relato dos participantes do encontro. "Nós saímos desse processo andando, de cabeça erguida", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), numa referência à queda de Dilma com a preservação de seu direito de ocupar cargos públicos.


Em fevereiro, quando completou 36 anos, o PT lançou um plano nacional de emergência em que criticava o ajuste fiscal sob Dilma e propunha a criação de um Fundo Nacional de Desenvolvimento e Emprego, com o uso de parte das reservas internacionais. À época, o partido já dizia que vivia uma "encruzilhada entre o passado e o futuro".

Lula ouviu deputados e senadores preocupados com as campanhas municipais, no momento em que o PT enfrenta sua maior crise. Mesmo assim, a avaliação foi a de que a cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) provocará grande estrago no governo e na base aliada de Temer, uma vez que ele ameaça fazer delações premiadas envolvendo até mesmo ministros. (Vera Rosa)


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