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O PFL reclama

'Reforma política sai se governo quiser', diz a oposição

Redação - Bonde
02 dez 2006 às 17:21

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A reforma política/eleitoral depende apenas da vontade do PT e dos partidos aliados ao governo federal para sair do papel. É o que assegura o senador goiano Demóstenes Torres, filiado ao PFL, que com o PSDB lidera a oposição ao presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Torres - que abriu sexta-feira o seminário ''Ministério Público - Direito e Cidadania'', realizado em Londrina pela Fundação Escola do Ministério Público do Estado do Paraná (Fempar), com a palestra ''Reforma Política'' - considera prioritária a reforma no sistema eleitoral brasileiro.

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''Muito se fala em reforma política e não se faz porque na verdade os parlamentares eleitos não querem mudar. E mesmo os derrotados também não, porque é uma forma de enriquecimento. Se R$ 1,3 bilhão foram contabilizados, vamos supor que R$ 10 bilhões tenham sido efetivamente gastos na campanha, e R$ 20 bilhões os candidatos enfiaram nos bolsos'', calculou. De acordo com o senador um estudo realizado em 1994 apontou que no Brasil, o custo das campanhas supera em cerca de 30 vezes o valor declarado à Justiça Eleitoral. ''O presidente da República reeleito diz que é a favor da reforma. Se o partido do governo ou toda essa base aliada tiver vontade, temos todas as condições de votar e é a reforma prioritária no Brasil. Sem essa reforma política não adianta fazer mais nada'', afirmou.

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À oposição, Torres impõe o ''dever moral'' de cobrar a reforma política. ''Acredito que temos sim o dever moral de investir nessa reforma e é uma das modalidades de combate à corrupção mais efetiva que tem que acontecer no Brasil.''


Segundo o senador, hoje tramitam no Congresso Nacional mais de 500 projetos que propõem alterações no sistema eleitoral. Torres defende o projeto de lei 2679/03, relatado pelo deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO) - que está pronto para ir à plenário - e que estabelece o financiamento público exclusivo de campanhas e a lista fechada de candidatos às eleições proporcionais. ''Se estima que uma campanha com financiamento público custe em torno de R$ 1 bilhão. Muita gente diz que o Estado vai investir em algo que não tem retorno. Ao contrário, a atividade política acaba fazendo com que esses financiadores recebam de uma forma ou outra do próprio Estado, então os empreiteiros, os bicheiros, os traficantes, quase todos acabam se ligando a um político e sendo beneficiados. Então o financiamento público é fundamental e significa uma economia para o Estado'', defendeu.

Para Torres, o financiamento público de campanhas somente funcionaria em conjunto com as listas fechadas. ''O eleitor deixaria de votar nas eleições proporcionais em determinado candidato e votaria em um partido. Essa lista pré-ordenada o próprio partido faz'', explicou. ''Estas listas pré-ordenadas têm a vantagem de fazer com que haja discussão partidária, formação partidária, comprometimento com o programa de partido e vai, com certeza, não de forma imediata, levar à modernização e moralização da atividade política.''


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