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Relator defende que CPI apure corrupção na Petrobras durante governo FHC

Agência Estado
26 fev 2015 às 17:37

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Sob críticas de colegas depois de ter seu nome ligado a doações de empreiteiras investigadas pela operação Lava Jato, o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), defendeu nesta quinta-feira (26) que a CPI investigue também a atuação do ex-gerente executivo de Engenharia da estatal Pedro Barusco.

Barusco afirmou, em delação premiada, que o esquema de propinas da estatal começou com o primeiro contrato de navio-plataforma com a holandesa SBM Offshore, em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O delator admitiu que, naquela época, recebeu propinas mensalmente em valores variavam entre US$ 25 e US$ 50 mil, e que teria recebido um total de US$ 22 milhões em propinas da empresa holandesa até 2010.

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"Ocorreram declarações como a do Barusco, que fez a delação premiada, que diz e afirma que, muito antes do governo do presidente Lula, ele já cometia esses delitos. Como ele está no foco da investigação, seria de bom tamanho que ele pudesse, como ele é um delator, que ele pudesse explicar como se deu isso anterior ao governo atual", afirmou Luiz Sérgio, em entrevista após a instalação da CPI. O deputado ressalvou apenas que, "a dinâmica do dia a dia da CPI" é que determinará a real necessidade de investigar também o governo FHC.

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A ampliação do prazo da investigação será solicitada pelo PT. A CPI passará a receber requerimentos dos membros da comissão e de seus partidos a partir de segunda-feira, 2.

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Luiz Sérgio vai apresentar seu calendário de atuação na CPI somente na próxima quinta-feira, 5, quando ocorrerá a próxima sessão da comissão. Na primeira sessão, ele e outros colegas foram colocados em suspeição para atuar na CPI por terem recebido doações diretas e indiretas de empreiteiras investigas pela Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras.


O relator recebeu 39,6% da receita de sua campanha proveniente da doação dessas empresas, um total de R$ 962,5 mil de Queiroz Galvão, OAS, Toyo Setal e UTC. Luiz Sérgio negou ter se encontrado com representantes dessas empresas para pedir doações e disse que o assunto é "página virada". "O fato de ter recebido recursos legais, como manda a legislação, de empresas não me coloca na condição de advogados delas", afirmou.


O presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), também recebeu doações de empresas investigadas. Foram R$ 451 mil da Andrade Gutierrez e da Odebrecht, o que representa 61% de tudo o que recebeu.

A assessoria de Motta informou que as doações recebidas foram de forma indireta, por meio de repasses feitos pelo PMDB, e que ele não tem ligação com a captação de recursos ou com representantes das empresas.


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