Um novo modelo de urna eletrônica será apresentado hoje à tarde em Brasília. A novidade do protótipo é uma impressora, que vai emitir um comprovante do voto. O autor da proposta, senador Roberto Requião (PMDB), diz que o método evitará fraudes, como a da violação do painel do Senado na cassação do senador Luiz Estevão, em junho do ano passado.
‘Com a impressão do voto, as informações poderão ser auditadas pelos partidos’, afirma Requião. O senador conta que teve a idéia de propor um sistema mais seguro depois de constatar irregularidades que ele afirma terem acontecido na eleição ao governo do Estado, em 1998, quando perdeu por uma diferença de 6% para o governador Jaime Lerner (PFL).
O sistema em teste não altera o método de digitação seguido pelos eleitores desde 1996, quando as urnas eletrônicas passaram a ser usadas em larga escala no País. A única mudança será a instalação da tecla ‘imprime’. Ela será acionada depois que o nome e o número do candidato escolhido aparecerem na tela. Se as informações estiverem corretas, quem votou apertará o botão ‘confirma’ e receberá o comprovante impresso.
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Uma empresa paulista que produz impressoras ficou com a tarefa de apresentar o protótipo. Requião não quis dar o nome da fábrica e também não deu detalhes sobre a aparência da nova urna. O senador considera que sua proposta é um passo importante para evitar que os técnicos que programam as urnas eletrônicas possam prepará-las para alterar automaticamente os votos.
‘Depois da fraude no painel do Senado, aumentou a suspeita de que esses sistemas eletrônicos podem ser fraudados. Com a impressora, isso pode acontecer, mas a possibilidade de fraude vai ficar mais perigosa porque os partidos poderão pedir a auditoria dos votos’, diz Requião. Os estudos sobre a nova urna estão sendo acompanhados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que apoiou a criação de uma subcomissão do Senado para avaliar a segurança do voto eletrônico.