Um dos depoimentos ao Ministério Público de Londrina de Eduardo Alonso de Oliveira, o ex-diretor da Comurb (Companhia Municipal de Urbanização, atual CMTU), e réu confesso que contribuiu para que o MP comprovasse desvio de R$ 16 mi dos cofres públicos de Londrina apontou ligações entre o dinheiro desviado e a campanha do governador Jaime Lerner (PFL) de 1998.
Na próxima quarta-feira (23-05), Alonso deve depor ao juiz da 4a Vara Criminal Arquelau Araújo Ribas sobre os desvios de R$ 1,7 mi por meio de licitações fraudulentas da gestão Belinati. Conheça agora o teor do depoimento prestado por Alonso ao MP durante as investigações:
O ex-diretor Eduardo Alonso afirmou - e apresentou documentos reforçando suas declarações - que a maior parte das despesas das campanhas (de Antonio Carlos Belinati (hoje no PSL) e Jaime Lerner) na região de Londrina foram pagas com recursos da Comurb. Alonso contou à Promotoria que, próximo às eleições de 1998, recebeu de um representante da empresa curitibana Esteio Engenharia e Aerolevantamentos S/A, Arion Cruz Santos, cerca de R$ 3 milhões, que logo foram repassados para Gino Azzolini e Carlos Júnior (apontado como caixa da campanha do deputado Antonio Carlos) em forma de doações de campanha.
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No entanto, o dinheiro deveria retornar à empresa por meio de uma licitação fraudulenta que seria composta pelo custo verdadeiro do serviço acrescido ao valor doado pela Esteio, mas a licitação foi cancelada depois da repercussão negativa na imprensa.
Dessa quantia, Alonso relata que R$ 200 mil foram utilizados para pagar uma empresa responsável pelo sistema de segurança na chácara de Belinati, R$ 70 mil foram para Carlos Alberto Farias (de serviços de propagandas), e que o restante foi utilizado em pagamentos diversos, como os aluguéis dos comitês eleitorais, o que incluía as duas sedes de campanha de Jaime Lerner, na Higienópolis e na Santos.