O senador pernambucano e presidente nacional do PPS, Roberto Freire, disse ontem em Curitiba que é preciso ter "cautela" para avaliar as denúncias sobre as sobras de dinheiro da campanha presidencial de 1998. "Não quero ver mais um frenesi louco pela instalação de uma CPI. Quero, sim, que o Ministério Público seja mais ativo para avaliar essas denúncias", afirmou.
Freire defendeu a instituição do financiamento público das campanhas políticas, como uma maneira eficiente de controlar os gastos dos partidos e, assim, evitar que surjam suspeitas sobre a prestação de contas depois das eleições. Na opinião do senador do PPS, o financiamento público é "fácil" para ser implantado.
"O número de votos obtidos pelos partidos numa eleição nacional determinaria o valor, em dinheiro, que cada um poderia receber para um próximo pleito. E os financiamentos públicos seriam equacionados conforme o número de candidatos e pela participação de cada partido durante as próximas eleições", argumentou. Freire assegurou que o financiamento público das campanhas traria mais transparência ao processo eleitoral e partidário.
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O presidente do PPS também criticou os prefeitos que são contra algumas das exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal. "A sociedade não pode mais pagar pelos erros dos administradores públicos", salientou. Para Freire, se o governo federal abrir "qualquer hipótese" de negociação com os prefeitos, correrá o risco de "não arrumar mais" as finanças do País. "Quem foi eleito sabia da existência dessa nova lei de responsabilidade. Não se trata de discutir se é este ou aquele prefeito, mas sim a figura jurídica das prefeituras que estão devendo. Portanto, o governo não tem que negociar nada".