Sérgio Reis passou a temer uma operação da Polícia Federal depois da péssima repercussão de sua fala em que dizia que manifestantes poderiam invadir e "quebrar" o STF (Supremo Tribunal Federal) caso magistrados não fossem afastados de seus cargos.
"Ele pode até ser preso", disse a mulher do cantor, Ângela Bavini, ao relatar à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, nesta semana que o marido estava deprimido, passando mal e com uma crise de diabetes depois do impacto de suas declarações.
Já na segunda (16), Reis ouviu de advogados que era prudente se recolher e que ele não deveria comparecer ao ato de 7 de setembro. A própria Ângela disse que não deixaria o artista sair de casa.
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O cantor já tinha divulgado que caminhoneiros estacionariam no entorno de Brasília e que parariam as estradas se em 30 dias o Senado não obedecesse à "ordem" de afastar os ministros do STF.
"Se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria", afirmou ele em um áudio enviado a um amigo que chamou de "Marcelão".
Reis disse ainda a "Marcelão" que tinha o apoio dos maiores produtores de soja do país, que estariam financiando o movimento.
Ele enviou o áudio depois de um almoço que teve com o presidente Jair Bolsonaro em que estava também o presidente da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), Antonio Galvan.
Num primeiro momento, a entidade não se manifestou. Na quinta (19), por meio de nota, afirmou que não financia o movimento e que respeita a democracia.
"Ele está muito triste e depressivo porque foi mal interpretado. Ele quer apenas ajudar a população. Está magoado demais", afirmou a mulher de Sérgio Reis depois dos transtornos causados pela fala dele.
"O Sérgio foi induzido por pessoas que dizem estar em um movimento tranquilo. No fim, todo mundo vaza [desaparece], e sobra para ele, que é uma celebridade", disse.
A mulher do cantor afirmou que sempre foi contra o envolvimento do marido em movimentos políticos neste momento e que tentou alertá-lo sobre as consequências. "Ele é querido e amado pelo Brasil inteiro, de direita, de esquerda". Reis foi deputado federal de 2015 a 2019, pelo antigo PRB, hoje Republicanos.
A péssima repercussão do áudio estaria fazendo com que ele "caísse na real" sobre o resultado de participar diretamente de movimentos como o do 7 de setembro.
Segundo ela, o cantor jamais pensou em invadir o STF e quebrar tudo. "Ele falou no impulso, mas estava conversando com um amigo", afirma Ângela, contrariada porque a conversa, informal, foi divulgada nas redes sociais sem o conhecimento de Sérgio Reis.