Em reunião na noite desta segunda-feira (1º), os sindicatos de Londrina decidiram uma série de ações em resposta às atitudes do vereador Filipe Barros (PRB), que xingou trabalhadores de vagabundos enquanto passeava de carro no centro de Londrina na manhã da última sexta-feira (28), dia da greve geral contra as reformas trabalhista e previdenciária promovidas pelo governo Michel Temer. As ofensas foram filmadas por um assessor e viralizaram nas redes sociais durante o fim de semana.
Cerca de 150 representantes de sindicatos, lideranças comunitárias e religiosas participaram da reunião. O coletivo de sindicatos decidiu fazer uma representação contra o parlamentar no Conselho de Ética da Câmara Municipal de Londrina (CML), solicitando providências e a abertura de procedimento administrativo.
Além disso, na próxima quinta-feira (4), às 13h – uma hora antes da sessão ordinária do Legislativo -, está prevista uma ação de desagravo, na qual os manifestantes levarão suas carteiras de trabalho como forma de protesto. O coletivo também vai criar um grupo de advogados dos sindicatos para propor ações judiciais contra Barros.
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As medidas definidas na reunião ainda incluem a elaboração de uma nota de repúdio contra a postura do vereador e a busca de um compromisso público da Arquidiocese de Londrina para restringir sua atuação política no espaço da igreja. Na missa da Festa do Padroeiro São José Operário, no Jardim Leonor (zona oeste), na manhã desta segunda, o padre Altair Manieri criticou a atitude do vereador, conforme publicou a Folha de Londrina.
No vídeo divulgado inicialmente nas redes sociais, Filipe Barros dirige pela cidade pela manhã e diz que encontrou "meia dúzia de gatos pingados" - o protesto tinha concentração marcada para as 10h, na avenida Leste Oeste. Quando encontrou "50 grevistas", gritou: "Vão trabalhar, vão trabalhar seus vagabundos". O assessor, que não aparece nas imagens, também grita: "Lula na cadeia". Ambos dão risadas. "O negócio é bullying, bullying em grevista", afirma o vereador. Em entrevista à FOLHA no domingo, o vereador disse que os xingamentos eram dirigidos "apenas aos sindicalistas".