Curitiba - A vereadora Carla Pimentel (PSC) registrou um boletim de ocorrência na manhã desta quarta-feira (14) contra o colega de Câmara Municipal de Curitiba (CMC) Professor Galdino (PSDB). Ela afirma que foi assediada sexualmente e agredida por ele dentro de uma sala de reuniões anexa ao plenário da Casa. Mais quatro parlamentares presenciaram o episódio: Bruno Pessuti (PSD), Jhonny Stica (PDT), Rogério Campos (PSC) e Beto Moraes (PSDB). Já Hélio Wirbiski (PPS) chegou depois e viu parte do ocorrido.
O tucano foi levado dentro de um carro da Guarda Municipal ao 1º Distrito Policial da cidade, que fica a poucas quadras da CMC, e, perto das 12 horas, encaminhado para a Delegacia da Mulher, onde todos os envolvidos prestaram depoimento. Galdino assinou um termo circunstanciado por "vias de fato e importunação ofensiva ao pudor" e foi liberado no meio da tarde. Uma audiência ficou marcada para 21 de outubro, às 14 horas, no Juizado Especial Criminal, também na capital paranaense.
"A gente estava ali na sala de reunião ao lado do plenário batendo um papo, normal, o vereador Galdino puxou do bolso dele uns santinhos da campanha, a vereadora Carla falou: ‘Nossa, deixa eu ver e tal’., Ele deu um para ela. E, de repente, do nada pulou por cima da mesa, se jogou em cima dela, deitou por cima, se jogou com as duas mãos na altura do pescoço e veio descendo, apalpando o corpo dela rapidamente até chegar ao quadril. Uma cena horrível, ridícula e nojenta", contou Campos.
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Pessuti disse que precisou intervir para evitar que algo pior acontecesse. "Tive a intenção de tirá-lo de cima dela. Ele ia cair em cima e ia fazer alguma coisa muito pior do que já estava fazendo, se é que é possível. Então, nesse momento retirei ele de cima dela, fiquei segurando para que ela pudesse se restabelecer. Afinal, ele a empurrou em direção à porta e não tinha mais para onde ir. Quando a gente segurou, foi possível que ela saísse. Uma atitude lamentável, um crime", resumiu.
Em vídeo postado nas redes sociais, Carla falou que houve um abuso muito grave por parte do parlamentar: "A sensação é de injustiça e também de desamparo", relatou. O vereador conversou rapidamente com a imprensa na saída do 1° DP. "Armaram um circo para a gente. É retaliação política. Estão desesperados porque não terão votos. Não aconteceu nada. Inclusive a vereadora roubou um santinho meu. Eu que sou a vítima."
Galdino já foi alvo de três processos no Conselho de Ética da Câmara, no mandato anterior, por racismo, assédio e quebra de decoro. Todos foram arquivados. Na atual Legislatura, ele ainda responde a um processo na Corregedoria da CMC contra uma jornalista da Casa, por assédio moral e ofensa.