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O Conteúdo Sombrio é Libertador

04 ago 2015 às 18:58
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O Conteúdo Sombrio é Libertador


A Psicologia Junguiana traz à discussão o tema dos opostos. E para falar dos opostos precisamos falar do conceito de "sombra".

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A sombra, aquilo que se encontra nas sombras, aquilo que é sombrio para o ego, refere-se a todo conteúdo psíquico que está latente; que foi reprimido ou negado. Conteúdo sombrio é um conteúdo desconhecido pelo ego por não está a luz da consciência, encontra-se na escuridão do inconsciente. Em última instância, instintos que passaram a ser temerosos.

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Anima e animus são os arquétipos responsáveis por levar conteúdos de sombra da consciência para o inconsciente e por trazer os mesmos do inconsciente para a consciência. Por isso precisamos ficar muito atentos com a figura masculina e feminina que aparecem em sonhos, delírios e fantasias. Eles estão sempre apontando para um conteúdo que está na sombra da psique.

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Devidamente trabalhado em análise libertará o ego de amarras e doenças psíquicas.
Para C.G.Jung , o tamanho da luz corresponde ao tamanho da sombra. O que ele quer dizer com isso é que enquanto existe na consciência uma atitude que se encaixa nos moldes sociais e naquilo que se convencionou a chamar de bom, puro, fiel, lindo, agradável e de bom tom, encontra-se no inconsciente o seu correspondente oposto e de mesma grandeza.


De maneira que ao se esmerar em ser uma pessoa adequada, digna, de princípios elevados e repletos de moralidade, não se deve esquecer que enquanto sua personalidade se cristaliza nesse modelo, ocorre exatamente o oposto no inconsciente. E é a isso que se convencionou chamar de "sombra" da psique, porque esses atributos negados pela consciência estão todos eles, exercendo seu poder via inconsciente e, por assim dizer, inconsequentemente.

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Quanto mais reprimidos e negados maior sua disposição em surgir de modo avassalador tomando por completo o ego que não soube lidar com sua sombra, ocasionando depressões, fobias, agressividade desmedida e outras patologias.


É devido à "sombra" que acontece de algumas pessoas cometerem um crime e depois dizerem com espanto: "Eu fiz isso? Mas, não pode ser! Eu jamais faria algo assim, não sei o que foi que me deu par agir dessa forma! Parece até que foi outra pessoa!".

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Há muitos outros casos em que os conhecidos e amigos da pessoa criminosa lamentam muito o ocorrido posto que ele ou ela sempre foi pessoa amável, calma, sensata e etc. Talvez estivesse possuído ou possuída, dizem.


Podemos até concordar com a possessão, não com a possessão religiosa, mas sim, que a pessoa esteve possuída pela sua sombra. Aquela parte de si mesmo que tanto ela rejeitou e negou que um dia ganhou tanta força inconsciente que fez como a panela de pressão: explodiu. Possuiu o ego que agora não se reconhece.

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O Dr. Carl Gustav Jung não pretendia ficar apenas na compreensão do conteúdo, ele foi além ao engendrar técnicas para que o ego enfrentasse sua sombra de modo a processar sua própria transformação.
Muitos acreditam que esses conteúdos "negativos" devem ser rechaçados pelo ego, mas para a Psicologia Junguiana, muito pelo contrário, os conteúdos sombrios devem ser acolhidos pelo ego, compreendidos, percebidos e tratados.
Aí muitas pessoas julgam que com o acolhimento estarão propiciando acontecimentos sombrios ou que a partir desse acolhimento do ego este passará a ser e fazer coisas "erradas".


Não é nada disso que de fato acontece quando o ego acolhe os conteúdos de sombra. A partir do momento em que o ego compreende e lança a luz da consciência sobre o sombrio ele fica "iluminado". O que quero dizer é que ele perde o caráter estritamente instintual. Quando a razão acolhe o instinto ambos se transformam. A razão se mescla com o instinto e este com a razão. Dessa composição emerge a multiplicidade onde antes existia apenas a dualidade, o maniqueísmo.

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Assim sendo, o ego que é o centro da razão e da consciência torna-se mais sensível e menos engessado. E o instinto que antes era só impulso torna-se razoável. A vida não fica mais em branco e preto, torna-se colorida porque a união dos opostos explode em variadas nuances de todas as cores.


É simples, mas não é fácil porque o ego teme se perder; teme olhar seu próprio abismo, suas paixões mais secretas. Seu orgulho em estar sempre certo, coberto de razão e belo sofre grande golpe. Sem esse sangue da ferida narcísica derramado, não acontece a transformação.
A sombra não pode ganhar, no entanto, também não pode perder.

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E vejam que falta de discernimento desse ego, pois na medida em que ele acolhe um ou mais instintos, ao invés de se perder, ele se fortalece.


Nesse momento, o ego, na sessão de psicoterapia pergunta por que não ter feito isso antes. E ele mesmo responde: porque estava muito fraco para ver e assimilar o que Narciso acha feio e que a moral reprimiu.


O fraco não tem capacidade de acolhimento, isso é coisa para os fortes, para os saudáveis que não engessaram sua capacidade de amar e de se entregar à vida com todas as suas paixões.



livros consultados:


HILLMAN, James - Anima - Ed. Cultrix - SP - 1995
JUNG, C.G. - A Vida Simbólica - Vol. XIII/1 - Ed. Vozes - RJ - 1988
JUNG, C.G. - A Energia Psíquica - Vol. VIII/1 - Ed. Vozes - RJ - 1988


Consultório de Psicologia Analítica e Estudos Junguianos
Sonia Lunardon Vaz
[email protected]

Página no Facebook : Casa da Spyller a Alquimista Espalhadora - Psicologia Junguiana


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