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A vida de uma ativista em quadrinhos

24 nov 2005 às 11:00

Tina Modotti foi de tudo um pouco: atriz, fotógrafa, espiã, ativista, entre outras coisas.
- Reprodução
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Curitiba - Desde ''Maus'', lançado pelo jornalista e quadrinista Arthur Spiegelman, em meados de 80, os quadrinhos confirmaram o status de literatura. Depois disso, vários autores passaram a explorar as duas linguagens, a exemplo de Joe Sacco, o que tornou essa simbiose em material com características próprias. E uma dessas obras acaba de ser lançada por aqui, ''Modotti'', do espanhol Angel de la Calle, pela Conrad Editora.

Calle nasceu em Salamanca, em 1958. Sua primeira experiência profissional com os quadrinhos foi na revista Star, em 1977. Culturalmente engajado, coordena a Semana Negra de Gijón e há sete anos faz tiras humorísticas com teor político no jornal El Comercio. Demorou 15 anos pesquisando e produzindo o material reunido em ''Modotti''.

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A personagem principal de sua obra é uma daquela mulheres de várias facetas que pode ser vista por diversos ângulos. Em um deles, ela é fotógrafa, em outro, uma militante comunista e até mesmo atriz estrela de Hollywood. No todo, uma pessoa fascinante e ao mesmo tempo intrigante.

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Assunta Adelaide Luigia Modotti, seu nome completo, nasceu na Itália, no dia 17 de agosto de 1896. Mudou com a família para os Estados Unidos aos 17 anos e, muito bela, logo conseguiu emprego em Hollywood, onde conheceu o fotógrafo Edward Weston, que a ensinou a manusear uma câmera. Em 1922, foi ao México e conheceu os ativistas Diego Rivera e David Alfaro Siqueiros, que a convenceram a entrar no Partido Comunista.

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Depois disso, passou a atuar com mais intensidade no ativismo político de oposição e chegou a ser expulsa do México, em 1930, acusada de conspirar para assassinar o presidente. Passou pela União Soviética, Rússia, Alemanha, Espanha e então retornou ao México. Entre essas viagens, chegou a conhecer Olga Benário e Luiz Carlos Prestes. Em 42, morreu de um ataque cardíaco, de acordo com fontes oficiais.


Sua morte, no entanto, é envolta em mistério. O poeta chileno Pablo Neruda, por exemplo, certa vez descreveu Tina dessa forma: ''Quando quero me lembrar de Tina Modotti devo fazer um esforço, como se tratasse de recolher um punhado de névoa. Frágil, quase invisível. Eu a conheci ou não a conheci?''.

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O autor da biografia em quadrinhos usa muito da técnica de Spiegelman para contar sua história. A literatura causa redundância proposital entre o texto e as imagens, para reforçar a narrativa com sugestões visuais, sempre dispostas em muitos quadros, a exemplo de ''Maus''. Os desenhos têm arte-final com aspecto tosco, que remete a literatura de cordel, aos trabalhos de Flávio Colin e até mesmo à xilogravura.


Calle conta a infância de Tina na Itália, sua passagem pelo cinema e plo México, a vida de espiã soviética e a luta na Guerra Civil Espanhola. E dedica um espaço especial para dar sua versão da morte da ativista, o que até hoje não tem uma explicação concreta.

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Serviço - ''Modotti'', é edição da Conrad Editora, com formato 16 cm x 23 cm e 272 páginas. Pode ser encontrado em livrarias e lojas especializadas a R$ 36.


A edição pode ser encontrada em Curitiba na Itiban Comic Shop: Av. Silva Jardim, 845. Fone: (41) 3232-5367.

Música+Quadrinhos: Rage Against the Machine+Modotti


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