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Ficção científica está em Incal e Shockrockets

18 mai 2006 às 11:00
Série de Jodorowski e Moebius é consagrada e influenciou diversas outras histórias - Reprodução
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Curitiba - Ficção científica, ah, a ficção científica que ajuda a imaginação criar asas. Pois é, duas edições lançadas no Brasil são dedicadas a este gênero, popularizado através das empolgantes obras de Julio Verne e Isaac Asimov. São o volume um de Incal, de Jodorowsky e Moebius, publicado pela Devir Livraria, e Shockrockets, de Busiek e Immonen, pela Pixel.

Incal é uma ficção científica surreal, bem no estilo que modelou a maioria das tramas apresentadas na revista européia Metal Hurlant, mais conhecida nas Américas por Heavy Metal: personagens confusos e divertidos, híbridos de alienígenas com seres humanos e máquinas, religiões assustadoras. Incal é o nome de um artefato que acaba gerando muita dor de cabeça para o rapaz que o encontra, o detetive John Difool. Um objeto tão valioso chama a atenção de gente poderosa, que, claro, vai querer arrancá-lo de seu atual dono.

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O cineasta chileno Alejandro Jodorowsky, roteirista do álbum, escreveu Incal no começo dos anos 80, pouco depois de estar envolvido com as filmagens de Duna. A adaptação do livro de Frank Herbert acabou sendo rodada por David Lynch porque as idéias iniciais de Jodorowsky, acompanhadas das ilustrações do francês Moebius, foram consideradas muito malucas pelo produtores, que acharam o projeto distante da obra original.

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Desse projeto nasceu a parceria com Jean ''Moebius'' Giraud, que sempre teve um pézinho na sétima arte, como os storyboards para O Quinto Elemento, e é conhecido internacionalmente principalmente devido ao seu trabalho no ótimo A Garagem Hermética. Seus traços limpos e finos, com sua visão fantástica, podem ser contemplados em plena forma em Incal. Quem acha muito bom o trabalho do artista Frank Quitely (X-Men, Sandman: Noites Sem Fim, WE3), deve procurar de onde veio sua maior influência, justamente nos desenhos do francês maluco.

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Jodorowsky descreve o processo de criação como uma forma instintiva de contar histórias: ele foi explicando o roteiro para Moebius, que processou imediatamente as imagens mentais em esboços. E essa é a tônica do álbum: o inesperado acontece a cada página em ritmo frenético. O negócio agora é esperar pelo volume dois.


Shockrockets - Alejandro Cruz não quer exatamente fazer parte de uma equipe de patrulha da Terra, os Shockrockets, em 2071. Mas seu talento natural e coragem acabam sendo a chave para que o jovem cadete acabe sendo a grande esperança do grupo para desafiar um general corrupto. Esse é o cenário do álbum lançado pela recém-chegada Pixel.

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Antes de entender porquê a trama é boa, é preciso explicar um pouquinho o estilo do roteirista Kurt Busiek. O cara gosta de aventura, daquelas parecidas com os melhores filmes da Sessão da Tarde, sempre com a narrativa centralizada na motivações e sentimentos do protagonista.


Só que Busiek vai além disso, é mais cerebral e elegante, não desperdiça a chance de deixar a experiência bastante divertida, o que acontece bastante em Shockrockets. Principalmente nos comentários do piloto Alejandro Cruz, a ponte de identificação entre a história e o leitor, outra característica forte no trabalho do roteirista.

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A ilustração de Stuart Immonen é adequada e agrada. O desenhista, bastante versátil, deixa de lado um pouco a narrativa sombria de sua passagem pela série mensal do Hulk, assim como a sequências simples de Superman: Identidade Secreta, para se dedicar a algo mais minucioso. Afinal de contas, transformar estruturas futuristas e fantásticas em convincentes imagens no papel dá um baita trabalho.


Preacher - É a terceira vez que o arco A Caminho do Texas, da série mensal Preacher, é publicada no Brasil. E, por mais que pareça exagero, não é demais. Aliás, sempre é bom ver um dos melhores trabalhos de Garth Ennis ao lado de Steve Dillon. Especialmente se a edição vem ''turbinada''.

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Turbinada porque o papel e a tradução são melhores do que as encarnações anteriores. Em essência, é isso o que muda (apesar da adaptação do nome de Tulipa para Tulip não ser tão necessário assim). As notas do editor sobre as referências citadas durante a história são sempre bem-vindas, mas isso caberia em um apêndice.


Pra quem ainda não sabe, esse é o começo da série que teve 66 edições (fora os especiais) e terminou em julho de 2000. Final esse que o público brasileiro nunca viu em solo tupiniquim. Bem, Jesse Custer, um pastor decadente, perde a fé em Deus pouco antes de uma entidade se instalar em seu corpo e incinerar toda uma cidade. Isso também acontece quando sua ex-namorada, Tulip, agora uma serial killer, junta-se com o vampiro irlandês Cassidy bem perto do incidente.

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Com uma palavra que deve ser obedecida, Custer recebe a ajuda dos dois em sua missão de encontrar Deus, que sumiu do Céu sem razão aparente. É apenas o início de uma caminho cheio de surpresas. Entre elas, especulações sobre a Igreja Católica que vieram à tona na série muito antes do sucesso de O Código Da Vinci.


Veja Ennis, uma mistura de Quentin Tarantino e Guy Ritchie, com sua mais divertida Teoria da Conspiração, cheio de personagens pra lá de carismáticos (como o impagável Cara-de-Cu) e passagens hilárias de seu melhor humor negro ''gore''. E, no final, torça pra que agora a série seja publicada por aqui na íntegra.

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Serviço: Incal - Volume Um tem 96 páginas coloridas, no formato 21 x 28 cm, a R$ 42. Shockrockets tem formato 17 x 26 cm, com 168 páginas coloridas e custa R$ 33. Já Preacher - A Caminho do Texas sai por R$ 45 e tem 200 páginas coloridas no formato 16,5 x 24 cm.



A revistas citada acima podem ser encontradas em Curitiba na Itiban Comic Shop: Av. Silva Jardim, 845. Fone: (41) 3232-5367.

Música+Quadrinhos: Radiohead+Incal


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