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Quadrinhos invadem o mundo da moda

11 dez 2003 às 10:59

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Emily não do tipo de garota sociável
- Reprodução
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Ela é má, politicamente incorreta, só se veste de preto, tem gostos estranhos, como colecionar velas e atração por sangue. Além de tudo, acha que o amor não passa de uma mera invenção. Emily, The Strange, criação do grupo nipo-americano Cosmic Debris ganhou notoriedade nos quadrinhos mas tornou-se extremamente popular fora das revistas: a garotinha rebelde Emily e tudo o que rodeia seu mundinho esquisito virou hype na moda mundial.

A razão disso tudo são os traços simples com design bem elaborado, personagens intrigantes e, acima de tudo, atitude. Emily é a garota que esmaga corações, independente e cheia de mistérios. Pra completar, a menina de preto, de acordo com os autores, vive ouvindo músicas de bandas clássicas do punk e rock alternativo, como Misfits, the Damned, Dead Kennedys, Toy Dolls, SubHumAns, the Clash, Social Distortion, X Ray Specs, Guitar Wolf, Lies, Bauhaus, Thuja, Frank Zappa, Joan Jett (Runaways), Bride of Ozzy, Donnas, White Stripes, Buffalo Daughter, Fucking Champs, entre outras.

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A personagem foi criada em 1992 mas só ganhou visibilidade nos últimos dois anos, quando um grupo de seis pessoas numa equipe denominada Cosmic Debris (efeito astronômico que virou até nome de uma música Frank Zappa) colocou na internet detalhes sobre Emily e lançou dois álbuns sobre a personagem: Emily's Book of Strange e Emily's Little Black Book. Não demorou e logo o site www.emilystrange.com começou a receber centenas de internautas e hoje a página chega a receber mais de sete mil visitas diárias.

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Nos álbuns de Emily, os criadores mostram o mundo em que ela vive. Em suas próprias palavras, ''Emily não é maligna, ela apenas não está suscetível ao bem. Ela gosta de explorar, inventar, investigar, olhar em sua Bola 8 mágica para obter conselhos, e sempre busca vingança''. Ela tem quatro gatos pretos - Miles, Sabbath, NeeChee e Mystery - todos com personalidades bem distintas. Através de sua ''escola'' enigmática, Emily procura meios para evitar pessoas extremamente contentes, já que ninguém pode ser assim tão feliz. A identificação com a garotinha maluca de 13 anos foi tanta que é fácil encontrar entre as moderninhas bolsas, cadernos, pôsteres, canetas, colares, pulseiras, relógios e tudo relacionado à personagem.

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Fenômeno semelhante aconteceu entre meados dos anos 80 e 90, quando Tank Girl (criação de Alan Martin e Jamie Hewllet, mesmo ilustrador da banda virtual Gorillaz) também saiu das páginas de revistas para afetar o comportamento de inúmeras garotas na época. Muitas meninas usaram a personagem como bandeira de revolução sexual no movimento Riot Girrrl (que acima de tudo queria combater o machismo em todas suas formas) e passaram a se vestir como Tank Girl. Assim, vários estilistas europeus revisitaram o punk e aproveitaram o visual dos quadrinhos de Tank Girl em suas criações - o que mais tarde chegaria em variações rotuladas de moda grunge.


No entanto, diferente de Tank Girl, Emily foi criada para exploração de seu merchandising. Tank Girl foi uma história em quadrinhos que virou moda. Emily é moda em quadrinhos.

Música+Quadrinhos: Misfits+Emily, The Strange


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